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As relações de poder e o avanço tecnológico nas organizações



Entender
as relações de poder e subordinação nas empresas, associadas ao avanço
tecnológico. Este é o objetivo do projeto de pesquisa O controle na sociedade de controle: a nova economia afetiva das
organizações,
pertencente ao curso de Psicologia da UFSM e coordenado pela
professora Dra Claudia Maria Perrone.

O
projeto busca compreender como está acontecendo o controle organizacional com a
influência das mudanças tecnológicas. “Houve mudanças no modo de organização do
trabalho, muitas organizações não tem mais a figura do chefe, do gerente,
porque não há necessidade. É só acessar o computador e ver quanto tempo o
empregado trabalhou e qual a produtividade”, explica a coordenadora do projeto.
Claudia também frisa que há uma mudança na visibilidade da produtividade do
empregado. O avanço da tecnologia permite que a produção torne-se mais visível
e de fácil acesso.

O
objeto da pesquisa foram os servidores de empresas transnacionais, como bancos,
por investirem em tecnologia de ponta. Através de entrevistas com esses
empregados, o grupo avalia a maneira como essas pessoas comportam-se nesse novo
modo de organização. A ideia é entender se estes trabalhadores sentem-se
controlados, como se posicionam diante disso e se eles perceberam essa mudança
no modo de trabalho.

Após
algumas observações durante a pesquisa, constatou-se que os empregados não
conseguem visualizar esse novo modo de controle organizacional. “As pessoas não
se sentem controladas e acham que não estão dando conta das exigências das
organizações”, ressalta Claudia.

Integrante
do projeto, a mestranda em Psicologia, Lize Calvano, destaca: “as pessoas estão
numa incessante busca pela superação da expectativa sobre elas. É como se
estivessem sempre na pendência com as empresas, sempre podendo oferecer mais”. Também
integrante do projeto, a mestranda Anelise Shaurich, frisa que a tecnologia
permite a total disponibilidade de tempo dos empregados com as empresas, o que
deixa as questões pessoais do empregado em segundo plano. Assim, a vida pessoal
confunde-se com a profissional.

O
projeto conta com sete integrantes, entre eles acadêmicos da graduação, da pós-graduação
e profissionais da psicologia. As pesquisas continuam, e devem prosseguir a
investigação dos novos modos de organização na vida das pessoas. A fim de
entender a necessidade da imposição de uma organização semelhante a que
acontece nas empresas, mas aplicada na vida pessoal.

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