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​A difícil busca por doadores de sangue



O
Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) é referência regional no Serviço
de Hemato-Oncologia. No entanto, um problema constante enfrentado no setor, é a
grande demanda de sangue para os pacientes. Pensando na questão e nas
dificuldades enfrentadas, um projeto de pesquisa e intervenção tem realizado estudos
do tema. Coordenado pela professora Sheila Kocourek, também coordenadora do
Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Sistema Público de Saúde
da UFSM, o projeto Problematizando a
doação de sangue a partir da necessidade dos usuários do Serviço de
Hemato-Oncologia do Hospital Universitário de Santa Maria
iniciou suas
atividades no ano passado.

O
projeto faz parte da Residência Multiprofissional da área de Hemato-Oncologia e
conta com a participação de quatro núcleos profissionais. Participam da
pesquisa, residentes oriundas dos cursos de Serviço Social, Terapia
Ocupacional, Fonoaudiologia, Enfermagem e uma assistente social, que trabalham
no setor de Hemato-Oncologia do Hospital.

Durante
o trabalho realizado no setor, notou-se a grande quantidade do uso de
hemocomponentes, como sangue e plaquetas. Para melhor apurar o tema, foi
realizado um estudo sobre a vivência de familiares e usuários do Serviço de
Hemato-Oncologia, acerca da captação de doadores de sangue. Segundo dados obtidos,
a média de utilização é 30 bolsas de sangue por paciente ao ano, entretanto,
houve um caso de um paciente que precisou de 286 bolsas no mesmo período.
Segundo a legislação, o Sistema Único de Saúde (SUS) deve prover a demanda
desses componentes para os usuários. No entanto, constatou-se a
responsabilidade dos usuários e familiares na reposição das bolsas de sangue
utilizadas.

Entre
maio de 2012 e junho de 2013, foram entrevistados 16 usuários ou familiares. A
maioria deles de pequenas cidades e de classe baixa, fatores que dificultavam
ainda mais a captação de doadores. Concluiu-se também, a falta de apoio das
cidades de origem desses pacientes, pois na maioria delas não havia uma
política estruturada de respaldo ao paciente.

Além
das doações de reposição, outra carência é a doação de sangue voluntária.
Apenas 1/3 das doações recebidas são feitas de forma voluntária, sem que seja
destinado especificamente a algum paciente. Levando em conta esse número,
pensou-se em estratégias de fomento à doação, conta Kocourek. Com isso, foi
realizada a campanha “Sou Universitário, Doador Voluntário” idealizada pela
aluna Fabianne Banderó, do 8º semestre do curso de Serviço Social, orientanda
de Sheila. A ideia da campanha é conscientizar e incentivar a doação de sangue
entre os alunos da UFSM.

Apesar
dos esforços, nota-se pouca conscientização e engajamento da população. “Nós
vivemos numa sociedade que é muito capitalista, vivemos de uma forma individualista
e com poucas relações solidárias, o que é um dos grandes problemas. Também não
temos uma política pública de fomento à doação de sangue, a fim de facilitar a
doação”, finaliza Kocourek.

Para
ser um doador de sangue é necessário:


Ter entre 18 e 65 anos


Estar em boas condições de saúde;


Pesar mais de 50 kg;


Apresentar um documento com foto.

* Jéssica Ribeiro, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Coordenadoria
de Comunicação Social

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