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Mês da Consciência Negra na UFSM: tempo de repensar, discutir e combater o racismo



Mulher cantando e atrás, no telão, uma frase sobre privilégio
Abertura do Mês da Consciência Negra teve música, homenagem, debate e manifestações de repúdio ao racismo

Nesta segunda feira (5) teve início a programação oficial do Mês da Consciência Negra na UFSM. O Centro de Convenções da Universidade recebeu a abertura da programação, que homenageou a primeira patronesse do Mês da Consciência Negra, a professora e escritora Maria Rita Py Dutra. Também houve leitura da Carta de Repúdio ao racismo, manifestações do movimento negro contra o preconceito, apresentação da cantora Deborah Rosa e inclusão da data no calendário oficial do município. As atividades seguem até o final do mês e são organizadas pela Pró-Reitoria de Extensão (PRE), a partir do Observatório de Direitos Humanos, em parceria com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB).

A cerimônia de abertura foi marcada pela discussão sobre os casos de racismo em ambientes da UFSM e contou com a participação do reitor Paulo Afonso Burmann, do coordenador do NEAB, Victor de Carli, da patronesse, Maria Rita Py Dutra, e de acadêmicos negros e negras da Universidade. Os convidados discutiram os casos de racismo em diferentes ambientes da UFSM e chamaram a atenção para a necessidade de organização e integração do movimento negro contra os retrocessos e a possibilidade de perda dos direitos conquistados.

Nesse sentido, logo no início da atividade, ocorreu a leitura da Carta de Repúdio, redigida por estudantes negros e negras da Instituição. O texto alerta para o preconceito e exige respostas e tomadas de atitude por parte da Reitoria em relação às manifestações e à violência moral contra a comunidade acadêmica negra. Após a leitura da carta, o coordenador do NEAB destacou, em sua fala, os dez anos das Políticas de Ações Afirmativas desenvolvidas pela Instituição e chamou atenção para a importância do sistema de cotas no ingresso acadêmico. Victor ressaltou o papel decisivo das reivindicações do movimento negro para a conquista da reserva de vagas nas universidades, além de discutir sobre a necessidade de, cada vez mais, enegrecer os ambientes de ensino, como a UFSM.

O reitor comentou a necessidade de refletir e discutir as importantes conquistas do movimento negro e discorreu sobre a importância das Ações Afirmativas, bem como das resoluções e portarias que garantem a reserva de vagas para a comunidade negra. Burmann ressaltou, entretanto, que essas ações não são suficientes para compensar as desigualdades históricas construídas socialmente. Em resposta a Carta de Repúdio, o professor destacou a atuação da Instituição em atividades que colaboram com as pautas propostas pelo movimento e mencionou a importância de não se calar diante das manifestações racistas. O reitor atentou ainda para o papel das lideranças históricas e marcantes do movimento negro, como a patronesse Maria Rita, que, a partir de atos, palavras e militância, incentiva os jovens negros e negras a buscarem seu espaço no Ensino Superior.

Após o pronunciamento do reitor, acadêmicos e servidores negros e negras fizeram manifestação acerca da importância das cotas e do ingresso da comunidade negra no ensino superior e alertaram sobre a resistência.

Reconhecimento à militância

À direita, mulher no púlpito. Ao fundo, imagem projetada com a peça de divulgação do Mês da Consciência Negra
Professora e escritora Maria Rita é a primeira patronesse do Mês da Consciência Negra da UFSM

A abertura do Mês da Consciência Negra seguiu com a homenagem à professora Maria Rita Py Dutra, escolhida pelos organizadores e coletivos que construíram a programação das atividades, como a primeira patronesse do Mês da Consciência Negra. Para a homenageada, uma programação como essa é importante para demarcar o respeito, a consideração e o reconhecimento por parte da Universidade em relação à comunidade negra que a integra.

Em relação ao título de patronesse, Maria Rita reconhece a importância, mas destaca que a homenagem não se limita só a ela, mas sim, a todos os jovens negros e negras que lutam por seus direitos. “Eu compartilho e transfiro para eles esse título. Reconheço que estou aqui dentro, sou uma intelectual e fiz doutorado. Mas eu venho da base, do movimento social e movimento negro. Em virtude disso, a minha fala e meu posicionamento aqui dentro, não está distante do movimento. Nós estamos sempre dialogando”, comenta.

A professora destacou a importância da organização do movimento negro e a necessidade de repensar os atos desenvolvidos pelos coletivos. Segundo a patronesse, é preciso estar atento, resistir e persistir na luta pela conquista de direitos. Além disso, falou sobre a necessidade de inserir a comunidade negra em todas as esferas da sociedade e chamou a atenção para cursos com mais professores negros e negras e, assim, para a possibilidade de um novo olhar sobre o mundo e mais democracia no ensino.  Para Maria Rita, o racismo se combate com leis e visibilidade.

Programação no Calendário do Município e apresentação de Deborah Rosa

Cantora Deborah Rosa interpretou músicas brasileiras

Ao final da cerimônia, o prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom, assinou, na presença da mesa, o documento que institui o Mês da Consciência Negra, no Calendário Oficial do Município.

Na sequência, teve início a apresentação musical da cantora Deborah Rosa e Banda, cujo repertório trouxe canções de intérpretes brasileiros. Para completar a performance, o telão exibiu fotos de estudantes, servidores e personalidades negras.

A programação do Mês da Consciência negra se estende até o final de novembro. As atividades podem ser conferidas da página do NEAB no Facebook.

Texto e fotos: Bárbara Marmor,acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias

Edição: Maurício Dias 

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