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35ª JAI: Vice-Presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz aborda os desafios impostos pelos parasitas na criação de vacinas



Em seu quarto dia de evento virtual, a 35ª Jornada Acadêmica Integrada da UFSM recebeu o pesquisador sênior da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas, professor Rodrigo Correa de Oliveira. Membro titular da Academia Brasileira de Ciência e PhD em Imunologia pela Johns Hopkins University, o cientista abordou um assunto bastante relevante no contexto atual: os principais desafios impostos pelos parasitas e vírus no desenvolvimento de vacinas. A apresentação foi mediada pelo Pró-Reitor Adjunto de Pós-Graduação e Pesquisa da UFSM, Thiago Ardenghi.

“Existem enormes desafios no desenvolvimento de vacinas contra doenças e são diversos os fatores”, iniciou o professor Rodrigo Correa. A primeira barreira, segundo ele, está na complexidade do ciclo de vida dos parasitas. Como exemplo, citou a doença Esquistossomose – mais conhecida como barriga d’água – que ocorre dentro e fora do corpo humano. 

O professor detalhou o ciclo evolutivo, explicando que o início se dá com a liberação dos ovos do parasita através das fezes do infectado que, em contato com a água, eclodem liberando larvas que se alojam em caramujos. Os caramujos liberam novas larvas, infectando a água e, posteriormente, as pessoas. No homem, o ciclo passa pelo pulmão e outras partes do organismo. “Cada etapa que o parasita passa, interna ou externa, tem mudanças significativas que podem afetar e dificultar o processo de desenvolvimento de uma vacina”, explicou o pesquisador.

Fatores socioeconômicos influenciam na intensidade e prevalência de infecções por parasitas e vírus

Correa lembrou que o que comemos também pode afetar a resposta imune. Conforme explicou, o intestino – o maior órgão imunológico – está sujeito a receber diversos microrganismos, inclusive parasitas, e uma vez que estes interagem com as células do sistema imunológico do órgão, passam a ativar um número significativo da resposta imunológica de várias áreas. 

“Todo tipo de célula é ativada e essas células induzem uma resposta que pode ser inflamatória ou não, podem inclusive controlar. A complexidade dessa interação é outro fator que também é uma barreira muito grande para desenvolvermos uma vacina ”, comentou o professor.

O professor Rodrigo destacou que a intensidade de uma infecção, a prevalência dela e a sua forma clínica dependem do comportamento, da atividade socioeconômica e do microambiente em que o indivíduo está inserido. Explicou, ainda, que a resposta imunológica dos seres humanos pode ser influenciada por diversos fatores: co-infecções, interação materno-fetal, idade, genética dele e a própria genética do parasita.

“Infecção humana controlada” é alternativa para acelerar criação de vacinas

A palestra também abordou as três categorias de vacinas disponíveis hoje: microrganismos atenuados, microrganismos mortos e subunidades de proteínas. A primeira está sendo utilizada no Instituto Butantan. A segunda, destacou Rodrigo, mata o microrganismo e entrega ele inteiro no indivíduo induzindo uma resposta imunológica. E a terceira é a que todos os pesquisadores procuram produzir, pois não utiliza o microrganismo.

O convidado debateu sobre a alternativa de “Infecção humana controlada”, processo que acelera a criação de vacinas. Normalmente, são ensaios que infectam voluntários humanos com agentes infecciosos (conhecidos como agentes de desafio), acompanhando esse indivíduo durante todo o processo de infecção. Dessa maneira, promove-se a aceleração do teste, produzem-se informações críticas para o desenvolvimento da vacina, resposta imune e possíveis patologias, além da avaliação de novos medicamentos e diagnósticos mais rapidamente. 

Para ser cientista é preciso persistência

No final da palestra, o Pró-Reitor Thiago Ardenghi abriu espaço para as perguntas do público, onde o professor Rodrigo pôde falar um pouco sobre o futuro da ciência e sobre como ser um cientista de sucesso: “Persistência. Ciência não é fácil e por isso muitas pessoas desistem. Ciência é uma das coisas mais belas que se pode fazer, então se você quer trabalhar nisso, faça”, destacou.


A palestra pode ser acessada no Youtube. A 35ª Jornada Acadêmica Integrada acontece até o dia 23 de outubro e a programação completa pode ser acessasa no site da UFSM.

Reportagem: Eloíze Moraes, bolsista da Agência de Notícias da UFSM
Edição: Davi Pereira

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