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Alunas do Colégio Politécnico lançam aplicativo que mapeia esculturas de Santa Maria



Alunas do segundo ano do Ensino Médio desenvolveram o aplicativo durante a pandemia

Luísa dos Santos Furquim e Virgínia Comis Berguemaier, de 16 e 17 anos, respectivamente, estudam no Colégio Politécnico da UFSM e atualmente estão no segundo ano do Ensino Médio. Orientadas pela professora da disciplina de Artes Márcia Gerhardt e pelo professor da disciplina de Geografia e coordenador do curso técnico de Geoprocessamento, Valmir Viera, as estudantes desenvolveram um aplicativo a partir do projeto piloto realizado por ex-alunos do colégio que mapeia e estuda as esculturas de Santa Maria, o Encontr’arteSM, lançado no dia 12 de novembro.

As estudantes contam que o aplicativo não contém apenas o mapa de esculturas da cidade, mas também diversas outras ferramentas, para estimular a integração e a valorização do espaço urbano, social e cultural santa-mariense. 

A criação do app

O protótipo foi desenvolvido em 2018/2019 e contava com o mapeamento das esculturas localizadas no campus sede da UFSM. Luísa e Virgínia começaram a trabalhar no projeto no ano passado, ao fazer o georreferenciamento e apresentar a proposta em eventos e mostras. Já o aplicativo foi criado esse ano, durante a pandemia de Covid-19. Como a locomoção não era possível, elas pensaram em criar a ferramenta e disponibilizar os resultados para todos. Inicialmente, a ideia era mapear as esculturas da região central de Santa Maria, apenas para complementar o projeto existente. Mas, segundo as estudantes, acabou se tornando um momento de reflexão sobre a arte na cidade e o acesso a ela. Então, democratizar essa arte e torná-la mais visível e presente no cotidiano se fez um dos principais objetivos da proposta. 

As primeiras etapas foram realizadas por meio de uma integração com o curso técnico de Geoprocessamento do Colégio Politécnico. Alunos do curso auxiliaram no trabalho com novas tecnologias. Após o georreferenciamento, foi feita a apresentação da ideia inicial do projeto em diversas mostras educacionais e científicas, como o Espaço Ciência da Universidade Franciscana, em 2019, onde conquistaram o primeiro lugar com a primeira versão do projeto.

Funções disponíveis

No aplicativo, além do mapa de esculturas da cidade e o mapa resultante do projeto piloto, que abrange as esculturas na UFSM, existe uma galeria de fotos com algumas das esculturas mais conhecidas e um espaço chamado “Museu Virtual”, para a população publicar sua própria arte (esculturas, pinturas, fotografias, desenhos, etc) ou alguma obra vista pelas ruas, expressando seu ponto de vista sobre ela. Também há um mural para deixar comentários diversos e um espaço para denúncias, reportando casos de vandalismo ou depreciação à arte pública da cidade e/ou maus usos de espaços públicos de lazer, como praças mal cuidadas e sujas, por exemplo. Assim, o encaminhamento de tais fatos para o órgão responsável do município é facilitado.

Antes da pandemia, foi possível mapear grande parte das esculturas dos bairros Centro, Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora de Fátima, e disponibilizar os pontos no aplicativo. Além das funcionalidades interativas, o aplicativo também conta com mais informações sobre as idealizadoras e sobre o projeto, assim como depoimentos de alguns envolvidos.

Por enquanto, por conta do modo que o aplicativo foi criado, por meio de um website gratuito, não é possível adicionar as funções que Luísa e Virgínia gostariam. Elas contam que, no momento, o aplicativo possibilita a adição de fotos apenas pelos administradores. Porém, a postagem de comentários e denúncias fica a cargo dos usuários. “Pretendemos expandir o app e suas funções, principalmente para poder disponibilizá-lo por meio da App Store e Google Apps, o que requer o pagamento de uma quantia em dinheiro”, comentam.

Durante o trabalho empenhado na idealização desta iniciativa, as meninas contam que, por mais que o processo tenha sido cansativo, foi muito gratificante. O mapeamento das esculturas, por exemplo, requer a ida pessoalmente aos locais, o que demanda muita paciência e organização, além das longas reuniões, e muito tempo no colégio fora do horário de aula, desenvolvendo ideias para levá-las a feiras e mostras.

“Após tudo isso, ver o projeto se concretizando e ter resultados, como as premiações que recebemos e o apoio e retorno dos colegas, é demais, é a parte mais gratificante, onde percebemos que o esforço vale a pena. Fomos muito privilegiadas de ter orientadores maravilhosos, que nos auxiliaram em todos os passos do projeto, sempre supervisionando e colocando a ‘mão na massa’ também. É uma grande oportunidade que tivemos a sorte de ter, e esperamos que, além do projeto em si, a possibilidade de ter uma experiência de pesquisa e desenvolvimento de trabalhos ainda no Ensino Médio seja passada adiante e beneficie muitos outros alunos e professores além de nós”, finalizam. 

Texto: Vitória Faria Parise, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista

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