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UFSM em REDE: quando a Universidade rompe suas próprias fronteiras

Mesmo em isolamento, estudantes puderam experienciar trocas didáticas e sociais



Foto colorida horizontal mostra um homem em uma sala, de fones de ouvido, no lado esquerdo, e à frente dele dois monitores, que mostram a realização de eventos com inúmeros participantes
Durante a pandemia, eventos, bancas e formaturas foram realizados em formato online (Foto: Arquivo/Ascom)

Com aulas virtuais via REDE, os acadêmicos e professores da UFSM viram suas atividades em um novo e desconhecido formato, assim como ocorreu com as demais Instituições de Ensino Superior brasileiras. A participação em eventos, bancas ou até mesmo as formaturas adquiriu um novo formato. Mobilidades acadêmicas que eram comuns até o momento precisaram ser repensadas, de modo que os estudantes, mesmo em meio à pandemia, pudessem ter experiências para além da universidade. É o que a terceira reportagem da série sobre o UFSM em REDE aborda.

Um novo olhar sobre eventos

Para a relações públicas Solange Prediger, assessora de Comunicação do Gabinete do Reitor, a realização de eventos online, embora sendo a única opção, deixou uma forte marca na Universidade. Ela conta que, com a transmissão de encontros, mais pessoas puderam participar deles, algo que era limitado na presencialidade, devido a questões de tempo, mobilidade e até divulgação. Além disso, o fato de celebrações serem gravadas permite que os momentos sejam eternizados e passíveis de serem revisitados. 

Com a volta do presencial este ano, diversas atividades como inaugurações, formaturas e posses voltaram a seu tradicional formato, em um espaço físico e com pessoas presentes. No entanto, Solange acredita que agora entende-se que é possível unir isso ao fator online, ou seja, quando há estrutura para gravar e transmitir o momento, além da possibilidade de interação do público. Em outras palavras, o modelo híbrido. Ainda, avalia que há muito a melhorar: “Nós perdemos no quesito das trocas, mas ganhamos no quesito ‘estrutura do evento’, conseguimos enxergar melhor para saber como fazê-lo chegar em mais pessoas”.

Ao mesmo tempo, a relações públicas pondera que é necessário pensar em quais situações é propício proceder dessa forma. Ao analisar qual o caráter do evento e, portanto, seu público de interesse e cobertura, pode-se definir se é válido uma transmissão. Por exemplo, uma formatura, que abrange familiares e amigos dos formandos em grande escala para acompanhar a cerimônia: alguns podem estar presentes, outros não necessariamente. Até o próprio aluno, se por acaso estiver em um estágio fora da cidade, pode ter a opção de colar grau a distância, mas junto a seus colegas. Já uma ocasião com finalidade burocrática interna entre servidores, como assinaturas de processos, não precisa ser transmitida, devido a sua característica corriqueira  e específica. 

Um elemento desse novo espectro de cerimônias é, segundo Solange, a oportunidade de novos palestrantes, por vezes inacessíveis em decorrência da agenda, poderem participar de algum evento na Universidade, via internet. O contrário também ocorre, quando membros da Instituição podem marcar seu nome em outras universidades. Ambos os movimentos ajudam a divulgar a UFSM a novos públicos, entende a relações públicas. “Com certeza, atingimos um público diferenciado dessa forma, são pessoas diferentes que ouviram falar da Universidade por esse meio”, observa.

Para que essa conquista não deixe de avançar, Solange vê o quanto é preciso investir ainda mais em novas capacitações, para que ninguém fique de fora por não saber utilizar uma tecnologia. Não obstante, ela acredita que, embora há formatos que as pessoas já estão acostumadas, como as videoconferências via Google Meet, deve-se buscar aprender novas funcionalidades, para estar apto a existir em um ambiente virtual mais inclusivo com suas atualizações.

O conhecido em uma nova faceta 

A mobilidade acadêmica sempre foi muito buscada pelos estudantes. A perspectiva de cursar parte da graduação em outra instituição, realizar trocas de conhecimentos e experiências culturais é extremamente rica para o desenvolvimento acadêmico e pessoal. Com a impossibilidade de realizar viagens, intercâmbios e qualquer tipo de mobilidade, tal interação foi fortemente afetada.

Uma possibilidade encontrada para minimizar os danos do período foram os programas de mobilidade virtual, que consiste em o acadêmico fazer um semestre em outra universidade, de forma remota, com todas ou uma parte das disciplinas para serem aproveitadas no currículo. Com isso em mente, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) implementou o Programa de Mobilidade Virtual em Rede de Instituições Federais de Ensino Superior (Promover), que visava oportunizar mobilidade de estudantes entre instituições federais através de vagas em disciplinas ofertadas em 12 universidades brasileiras, incluindo a UFSM. Além disso, o convênio da Universidade com a Asociación de Universidades Grupo Montevideo (AUGM) continuou em vigor, ao incentivar a mobilidade virtual entre os estudantes, sem o adicional de custos de locomoção e permanência.

Para o professor Júlio César Rodriguez, assessor do Gabinete do Reitor na Secretaria de Apoio Internacional (SAI), o programa de mobilidade virtual foi incentivado pelas universidades participantes para que os estudantes não perdessem a oportunidade de frequentar, mesmo sem se mover, outra instituição. Ele conta que esse formato tinha regras e editais, assim como o modelo presencial, mas com mais vagas disponíveis e até melhores condições para o aluno, o qual, muitas vezes, não consegue viajar a outro país e tem dificuldade de concorrer a editais de mobilidade presencial. 

Em relação ao Promover, o pró-reitor de Graduação, professor Jerônimo Tybusch orgulha-se ao lembrar que a UFSM, além de participar da criação e funcionamento do programa, foi uma das universidades que mais ofertou disciplinas – mais de 120, de todas as áreas do conhecimento. Até junho de 2021, 331 estudantes das outras Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) matricularam-se na UFSM, enquanto 461 fizeram o movimento contrário. No total, 10 mil alunos participaram da mobilidade virtual só até essa data. Inclusive, há conversas com a Andifes para que instituições internacionais participem do Promover, em um sistema consolidado de mobilidade virtual, para que ocorra regularmente. 

Foto colorida horizontal mostra o reitor, sentado em uma mesa, e do outro lado da foto um monitor de computador com um evento sendo realizado. Ele está em uma sala e ao fundo, uma parede branca e um relógio antigo
Para o reitor da UFSM, as tecnologias facilitam a interação de pessoas de diversas partes do mundo (Foto: Arquivo/Ascom)

Um novo público 

Para o reitor, Luciano Schuch, esse sistema de aprendizagem virtual não vai aumentar o número de estrangeiros na Universidade, mas sim qualificá-los. Segundo ele, o uso recorrente das tecnologias torna a interação de pessoas de diversas partes do mundo muito mais fácil e natural, pois é só fazer uma videochamada, o que outrora era um tabu dentro do ambiente universitário. O gestor ressalta que essa discussão não está acontecendo por causa da pandemia, foi apenas acelerada por ela, porque, quando isso ocorreu, o terreno estava pronto. “Era um processo irreversível”, admite. 

Com isso, na intenção de tornar a UFSM atrativa a diferentes públicos de variadas instituições, pretende-se implementar a política de disponibilizar 100 vagas extras a alunos estrangeiros, isto é, eles farão a seleção em suas universidades de origem e, se aprovados, virão estudar em Santa Maria. Nesse sentido, quanto mais variedade de culturas em uma sala de aula, mais se aprende sobre diversidade, seja de gênero, raça, dentre outros. Também, o reitor lembra a questão da reciprocidade: “Se tivermos estrutura para receber um aluno estrangeiro, as universidades parceiras darão a mesma oportunidade ao nosso aluno”.  

Planos promissores 

Ademais, a Prograd planeja levar a mobilidade digital para fora do continente. Com parte da carga horária de cursos sendo síncrona e a distância, tudo é possível. Para Jerônimo, esse movimento potencializa a “troca dentro do nosso sistema federal e internacional, pois as universidades só têm a ganhar em termos regionais”. Aliado a isso, o professor cita seu grupo de pesquisa, o qual, enquanto estava em formato virtual, contemplou pessoas de lugares inéditos, como Goiás e Minas Gerais. A fim de que esse pessoal continue trabalhando em conjunto, as reuniões serão híbridas, para que todo o potencial não se perca, “um ganho grande em termos de intercâmbio e cooperação, tanto nacional quanto internacional”, salienta. 

Dentro da Andifes, Jerônimo participa de uma comissão que cobra do Conselho Nacional de Educação um posicionamento a respeito da questão híbrida, já que atualmente só existe a mobilidade presencial ou a distância. Dessa forma, o pró-reitor acredita que o fator presencial será potencializado, com metodologias ativas, sala de aula invertida, dentre outras opções. Com isso, percebe-se o quanto o acadêmico receberia com mais investimentos no digital. O gestor conta: “Eu já utilizo o Moodle para disponibilizar o conteúdo para o aluno com antecedência, para que ele possa se preparar para a aula”. 

Olhar para trás para mirar à frente 

De legado, o pró-reitor enxerga que ficou uma movimentação maior para produção de vídeos, conteúdos e melhoria do processo de ensino aprendizagem. De exemplo, cita o fato de poder participar de defesa de teses e dissertações sem viajar e, portanto, com sustentabilidade, e o uso de programas e aplicativos dentro da administração da Universidade nas reuniões de diversos segmentos.

Solange, por sua vez, acredita que a tendência proporcionada por essa experiência remota é de que o espaço acadêmico possa ser frequentado por quem outrora sofria de limitações. Com isso, não se pode esquecer que uma maior igualdade de acesso básico à Internet e a outros serviços é imprescindível para a democratização dos espaços. Ademais, o presencial e o online não competem e podem funcionar simultaneamente, como já acontece em reuniões de conselhos com autoridades de centros espalhados pelas cidades.

Em relação à mobilidade virtual, o professor Júlio Cesar pretende mantê-la junto com a presencial. No entanto, a tendência é de queda na oferta à medida que a presencialidade retorna a 100%. Isso é devido ao fato de que há pouca infraestrutura para os docentes transmitirem suas aulas, onde a maioria dos alunos estarão presentes, contra uma minoria que estará em outro lugar. Já para os programas de pós-graduação que se adaptaram ao remoto, não há tantos impasses. 

“Se eu posso conectar muito mais, por quê não o fazê-lo?” É a mensagem que Schuch quer passar. Ele acrescenta ainda: com o acadêmico e o administrativo. Para esse último, a ideia é que se pegue todo o trabalho manual e braçal para que o sistema faça e, assim, o servidor público fique livre para pensar a transformação da Universidade.

Na próxima matéria da série serão abordadas as perspectivas em relação ao trabalho remoto.

Texto: Gabrielle Pillon, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Foto de capa: Mariana Henriques, jornalista

Edição: Mariana Henriques e Ricardo Bonfanti, jornalistas

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