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Sorrisos, diversão e muito esporte marcam mais uma edição do Festival Paralímpico na UFSM

Pelo segundo ano consecutivo, a Universidade sediou o evento que proporciona a prática de esportes adaptados para crianças e jovens com ou sem deficiência



Com a arquibancada cheia, os organizadores deram às boas-vindas aos participantes

No Centro de Educação Física e Desportos (CEFD), a manhã do último sábado, 20, foi marcada por alegria, integração e muito esporte com mais uma edição do Festival Paralímpico Loterias Caixa. Pelo segundo ano consecutivo, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foi sede do evento que ocorreu simultaneamente em outras 118 localidades do país, proporcionando a prática de modalidades paralímpicas para mais de 21 mil crianças e jovens de todo o Brasil. Tudo isso de forma lúdica, divertida e inclusiva.

O setor responsável pela realização do evento na UFSM é o Núcleo de Apoio e Estudos da Educação Física Adaptada (NAEEFA), coordenado pela professora Luciana Palma. Para a docente, o principal objetivo é a inclusão social que o evento proporciona às crianças. “Eu acredito que nós mobilizamos essas crianças, esses adolescentes, essas pessoas com deficiência visando a inclusão social, mas também com o sentido de pertencer a esse espaço”, comenta Luciana, que destaca ainda sobre a importância de estimular a prática do esporte paralímpico nas crianças, para que elas tenham essa vivência e experiência.

Basquete em cadeira de rodas foi a modalidade preferida de alguns participantes

Identificados com fitas nas cores azul, amarelo, verde, roxo, laranja e vermelho, os quase 300 participantes foram divididos em grupos para a prática dos esportes – que aconteceram nos Ginásios Didáticos 1 e 2 e na Pista de Atletismo do CEFD. Nesta edição, foram ofertadas quatro modalidades: basquete em cadeira de rodas, vôlei sentado, atletismo e bocha. 

No basquete em cadeira de rodas, o desafio vai para além do arremesso na cesta. No evento, os participantes puderam experienciar a locomoção com a cadeira de rodas e entender as regras do jogo. A modalidade foi a preferida do pequeno Eduardo Rodrigues, da Escola José da Silva Xavier, que falou com entusiasmo da participação em mais uma edição do Festival. “Foi ‘dificilzinho’ mas eu achei bem legal, gostei bastante”, revela.

Outra modalidade foi o vôlei sentado. Divididos em duas equipes, o objetivo foi jogar os inúmeros balões coloridos para o lado adversário. Já o atletismo, realizado na pista, foi dividido em duas modalidades: a tradicional corrida e o arremesso – em que o desafio foi acertar pequenas bolas em circunferências redondas colocadas no chão.

O arremesso foi uma das modalidades praticadas na pista do CEFD

A novidade dessa edição foi a bocha. A modalidade foi divida em três espaços. Na primeira cancha, o objetivo era acertar a bola em quadrados de diferentes tamanhos que estavam sob a quadra. No espaço ao lado, a bocha deveria passar por diferentes obstáculos na cancha. E por fim, jovens e crianças também puderam ter a experiência da prática da bocha tradicional olímpica – competição que consiste em lançar as bolas coloridas o mais perto possível de uma branca, chamada bolim. 

Voluntários por si e pelos outros

Quem auxiliou os participantes na prática da bocha foi a Lenice de Fátima Cadó. Formada em Educação Física pela UFSM, ela volta à instituição como voluntária em mais um Festival Paralímpico. “Todos os anos é uma experiência diferente, com crianças diferentes. Na bocha, deu pra perceber a alegria deles em participar”, revela. Assim como Leonice, dezenas de voluntários auxiliaram na prática das modalidades, ao mesmo tempo que contribuíram com sua trajetória profissional a partir da experiência.

Selena Cáceres Rossi, acadêmica de Educação Física, conta que o interesse pelos esportes adaptados surgiu em uma disciplina sobre necessidades especiais na graduação. Agora, com o Festival, ela pode ter o contato prático com as modalidades. “Essa experiência contribui muito porque a partir dessa disciplina e dessas práticas, eu quero trabalhar com pessoas especiais. É um público que merece atenção”, completa.

Selena, voluntária à esquerda com a camiseta roxa, auxiliou os participantes no atletismo

Integração entre escolas e associações

Os protagonistas do evento foram jovens e crianças, com ou sem deficiência, vindas de escolas, instituições e associações de diferentes municípios como Agudo, Júlio de Castilhos, São Sepé e Panambi, além de Santa Maria. A professora Ana Cristina Krauspenhar trouxe os alunos da Escola Municipal Renato Zimmermann e o filho Cristian Krauspenhar Eggres, que tem paralisia cerebral, pela segunda vez no evento. Para ela, é um espaço de integração muito importante que deveria ser mais frequente nas escolas, já que é uma prática que faz bem aos alunos. “Meu filho, por exemplo, espera por esse dia. Geralmente é bem difícil para ele acordar cedo, mas hoje só precisei chamar uma vez”, brinca. 

Juliano e Ana aproveitaram a manhã para praticar as modalidades oferecidas, dentro e fora de quadra

Quem também esteve presente foi a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, a APAE de Santa Maria. Tatiane Marques foi quem trouxe os alunos da associação, como a Ana Caroline da Cruz e o Juliano Silveira que possuem deficiência intelectual. Eles contaram animados sobre o evento, principalmente a experiência na corrida. “Tudo aqui é muito interessante. A gente correu na pista e fez outras atividades”, relata Juliano. 

Já o Paulo Weber trouxe os alunos da APAE Júlio de Castilhos que participaram do evento e conheceram a UFSM pela primeira vez. “Eles têm atividades na nossa instituição mas acaba que não têm o contato com outras crianças. E a gente percebe que eles ficam muito felizes com essa integração “, afirma. 

 

Momento de muitas “primeiras vezes”

Para diversas crianças, foi o primeiro encontro com os esportes adaptados. A pequena Valentina, de 5 anos, veio acompanhada da mãe Vivian Pinto, e contou animada sobre a experiência com os “balõezinhos” (vôlei sentado). Vivian conta que além da prática das atividades, o evento é importante para que as crianças percebam que ser diferente é normal: “Eu procuro incentivar ela desde cedo, para que ela tenha esse tipo de contato e possa entender a importância dessa integração de pessoas com e sem deficiência”.

Grupo de crianças e jovens na modalidade de vôlei sentado

Para outros, o evento significou a continuidade de uma prática que já está presente no cotidiano. Samuel Augusto Seiffert participou do primeiro evento sobre esportes paralímpicos em 2015, quando foi convidado para ingressar do NAEEFA pela professora Luciana – projeto em que permanece até hoje. “Eu conheci o esporte adaptado em eventos como esse, por isso que a iniciativa é importante. Porque o esporte é qualidade de vida, inclusão e proporciona a nossa inserção na sociedade”, afirma. 

O atleta de goalball, Daverlan Dalla Lana Machado, também esteve presente no evento e participou da corrida junto às crianças. Ele é deficiente visual e destaca a importância que o esporte tem em sua vida, porque traz motivação até mesmo para melhorar a alimentação e os cuidados com a saúde. Daverlan ainda comenta que não teve contato com o esporte adaptado em sua época escolar e que só foi possível a partir do momento em que ingressou no curso de pedagogia da UFSM, em 2011. Por isso, possibilitar que as crianças tenham essa oportunidade é muito importante para sua formação e integração social. 

Um “até logo”

No final da manhã, os participantes voltaram a se encontrar na arquibancada do Ginásio Didático 2 para o encerramento das atividades. A coordenadora do Festival Paralímpico na UFSM, Luciana Palma, agradeceu a presença de todos em mais uma festa da inclusão. 

E nessa despedida, um “até logo”. Isso porque a próxima edição do evento já tem data marcada: 23 de setembro. A data foi escolhida em homenagem ao Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência e ao Dia Nacional do Atleta Paralímpico, comemorados em 21 e 22 de setembro, respectivamente.

Texto: Andreina Possan da Rosa e Thais Immig, estudantes de jornalismo e voluntárias da Agência de Notícia
Fotos: Ana Alicia Flores, estudante de desenho industrial e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Mariana Henriques, jornalista

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