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Pesquisador da UFSM participa da criação de aplicativo para tratamentos de saúde mental

A ferramenta poderá ser utilizada por gestores de saúde na busca pelas melhores estratégias no cuidado à saúde mental de crianças e adolescentes



Um aplicativo inédito para auxiliar gestores de saúde a escolher as melhores opções de intervenção e estratégias terapêuticas no cuidado em saúde mental de jovens foi desenvolvido com apoio da UFSM. O app MentalKit é uma plataforma gratuita que auxilia o gestor público na escolha pelo melhor procedimento disponível. Para que seja sugerida, a intervenção deve ter evidência de eficácia no tratamento e prevenção de problemas em saúde mental, na infância e adolescência. Também será possível estimar custos com tais intervenções e o retorno que o investimento terá a longo prazo. O aplicativo conta, ainda, com um mapeamento de serviços de saúde disponíveis no Brasil.

O projeto foi financiado pelo Newton Fund e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal). O seu desenvolvimento começou em 2019 e foi finalizando em 2023, com o lançamento do aplicativo. Contou com a organização dos professores Sarah Evans-Lacco e Wagner Ribeiro, da London School of Economics, e Claudio Miranda, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), incluindo ainda a colaboração do psiquiatra e pesquisador da UFSM Maurício Hoffmann. Com grande experiência na área de saúde mental, Maurício é supervisor do Programa de Residência Médica em Psiquiatria no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), além de professor e chefe do Departamento de Neuropsiquiatria da UFSM. Ele auxiliou no desenvolvimento do aplicativo durante seu pós-doutorado, em 2019.

Enquanto o aplicativo para celular segue em desenvolvimento, o site MentalKit já está disponível para auxiliar os gestores. Por ali, podem ser conferidos quais são os transtornos mentais que acontecem com mais frequência na infância e adolescência. A lista inclui o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), depressão, ansiedade, transtorno do espectro autista, psicose, autolesão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Também é possível consultar a quantidade de casos de cada doença por região e os recursos disponíveis por território.

Além disso, na aba “Custos e Retorno de Investimento”, o gestor pode definir alguns filtros principais, como estado, terapia e sexo do paciente. Após a pesquisa, o MentalKit gera uma estimativa de valores que o tratamento terá. O aplicativo será lançado primeiramente no sistema operacional Android e mais tarde para iOS, porém ainda não está disponível para download, pois segue em fase de implementação.

“Os objetivos e benefícios do MentalKit são ajudar o gestor de saúde a identificar, dentre as opções de intervenção, prevenção e tratamento de problemas de saúde mental, quais são eficazes, quanto que elas custam, que valores devem ser investidos e quando o gestor terá retorno desse investimento. Porque a gente sabe que há muitos custos envolvidos nos transtornos mentais. Há prejuízo de trabalho, as pessoas reprovam na escola, e isso gera uma série de prejuízos econômicos, diretamente relacionados aos transtornos mentais, e investir no tratamento disso pode ajudar. Então para cada real investido a gente sabe que pode voltar quatro, cinco, dez reais em algumas intervenções de saúde mental em alguns anos. O grupo que fez a ferramenta já trabalha com essa tecnologia no Reino Unido e agora a gente tem isso para o Brasil também”, explica Maurício.

Para o desenvolvimento do aplicativo, foi necessário revisar toda a literatura psiquiátrica, levando em consideração as características do atendimento em saúde no Brasil. A plataforma vai oferecer também informações detalhadas sobre transtornos mentais e estimativa do número de crianças e adolescentes com problemas de saúde mental nas regiões brasileiras, assim como um mapa de recursos disponíveis para cuidar da saúde mental de crianças e adolescentes no território do profissional e identificação de intervenções.

O público-alvo da ferramenta são os gestores de saúde, pessoas na gerência e manejo da gestão pública, podendo ainda ser utilizado pela comunidade geral, como forma de solicitar melhores investimentos do dinheiro público, por exemplo.

Maurício explica que “o melhor investimento que podemos fazer com o dinheiro do imposto que pagamos é solicitar que o gestor público invista em coisas que funcionem, e deem retorno. Então é nesse sentido que o aplicativo serve o público. Auxiliando muito mais o gestor público a tomar boas decisões”, destaca.

Texto: Tatiane Paumam, estudante de Jornalismo e voluntária da Agência de Notícias

Edição: Lucas Casali

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