O Fórum de Ações e Respostas a Mudanças Climáticas e Desastres da UFSM está recebendo etapas da oficina “Construção e protocolos de abrigamento”. Promovida pelo programa Santa Maria Cidade Resiliente, da Prefeitura, e ministrada pela startup porto-alegrense Hopeful Brasil, especializada na prevenção de desastres, a formação visa capacitar membros do poder público municipal e comunidade acadêmica em ações de prevenção e resposta a emergências climáticas.
Após o terceiro encontro teórico, realizado na semana passada, na próxima quarta (19) os participantes irão construir um protocolo de abrigo simulado. Além da estrutura física, o protocolo deve pensar formas de garantir às vítimas o acesso aos direitos humanos. A oficina é realizada na Sala Inovadora do Colégio Politécnico, que iniciou o projeto de extensão. O espaço também receberá neste ano outras oficinas realizadas pelo programa da Prefeitura, que irão abordar temas como a elaboração de políticas específicas para mulheres, crianças, idosos, entre outros.
A professora do Colégio Politécnico e coordenadora do projeto Nadianna Marques conta que o Fórum, criado no dia 3 de maio, em meio à crise climática que abalou o estado, tem como objetivo não só atuar em respostas às emergências, mas sim, promover a educação e conscientização durante todo o ano. “É necessário capacitar a rede que irá atender a população atingida, porque apesar da formação na área de saúde ou assistência social, a atuação em desastres exige uma série de outras questões”, destaca a pesquisadora, que trabalha com o tema desde 2014.
A questão do abrigamento faz parte de uma série de temáticas para a qual serão formalizados protocolos de ação. A capacitação para a elaboração dos planos é baseada em práticas internacionais para atuação em desastres.
Santa Maria como pioneira em prevenção
Abner de Freitas, CEO da Hopeful e responsável por ministrar a oficina, participou como consultor na atualização do plano de contingência de Santa Maria, realizado pela Prefeitura por meio do programa Cidade Resiliente. O plano de contingência é uma ferramenta utilizada pela Defesa Civil e Poder Executivo do município para planejar ações de resposta e prestação de serviços em diferentes cenários de desastre.
De acordo com a Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade), existem 18 categorias de desastres e, cada uma delas requer um protocolo específico. “Santa Maria é uma das poucas cidades a possuir protocolos para cada uma das 18 categorias em seu plano de contingência, se não for a única”, destaca Abner. Antes da atualização do plano de contingência, o município possuía sete protocolos de ação.
A oficina conta com mais de 40 participantes em uma metodologia de planejamento e construção coletiva de abrigos, entre eles profissionais de Assistência Social, Psicologia, Serviço Social, Defesa Civil e Exército.
Representam a Universidade professores e alunos dos cursos de Psicologia, Ciências Sociais, Gestão Ambiental, Enfermagem e Cuidados de Idosos. O especialista em prevenção de desastres destaca que a participação da UFSM e seu corpo acadêmico contribui para a reflexão e construção de soluções.
Texto e fotos: Bernardo Silva, acadêmico de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Lucas Casali e Ricardo Bonfanti, jornalistas