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Projeto da UFSM atua na qualificação de profissionais de rádios comunitárias no noroeste gaúcho

São ofertadas às rádios oficinas de locução, redes sociais e fundamentos do jornalismo e radiojornalismo



O papel social desempenhado pelo rádio vai além do entretenimento ou da informação. Seu alcance, por vezes, é amplo e plural, atingindo diversos grupos sociais e superando barreiras geográficas. No processo de criação de vínculos sociais, as rádios comunitárias exercem protagonismo em diversas regiões afastadas dos grandes centros urbanos. Desenvolve-se, nesta lógica de comunicação, o projeto “Qualificação para colaboradores de rádios comunitárias da região do Médio Alto Uruguai”, vinculado ao Campus da UFSM em Frederico Westphalen. A ação é coordenada pela professora e jornalista Mirian Redin de Quadros e conta com financiamento do Fundo de Incentivo à Extensão (Fiex) desde 2024.

O projeto de qualificação das rádios é coordenado pela professora Mirian Quadros (à dir.)

O projeto teve início a partir da demanda dos próprios comunicadores da região. Em 2023, com o projeto de extensão Agência da Hora, foi realizada uma ação de combate à desinformação por meio de rádios comunitárias no interior do Rio Grande do Sul. As atividades eram centradas na produção e distribuição de materiais com checagem de informações, além de promover oficinas junto aos colaboradores, capacitando-os para identificar conteúdo desinformativo e trabalhar com esses tópicos no dia a dia profissional.

“A partir desse contato mais próximo, os colaboradores trouxeram algumas questões nas quais precisavam de auxílio. Uma delas era a formação de locutores e a preparação de pessoas para trabalharem nas rádios”, lembra Mirian. Com base nessas conversas, o projeto foi formatado para atender às demandas locais, focando na qualificação de colaboradores das rádios comunitárias da região do Médio Alto Uruguai. “Sabemos que muitas pessoas que fazem a comunicação comunitária têm experiência prática, mas não têm o conhecimento sobre o jornalismo e a comunicação de forma mais ampla. Enquanto universidade, entendemos que poderíamos contribuir para isso, reconhecendo a rádio comunitária como fundamental para a comunicação cidadã, especialmente aqui na região de Frederico Westphalen.”

Mirian lembra que muitos municípios da região são de pequeno porte, tendo como único veículo de comunicação da cidade uma rádio. Esses veículos, por sua vez, enfrentam diversas dificuldades para a obtenção de recursos – em parte devido à legislação brasileira –, o que impacta a sustentabilidade das rádios, assim como sua estrutura técnica e de pessoal. “Qualificar as pessoas que fazem essa comunicação é contribuir para o desenvolvimento social da nossa região”, ressalta a professora.

Em 2024, o projeto recebeu apoio do Fiex, desenvolvendo oficinas de qualificação com equipes de quatro rádios comunitárias nos municípios de Frederico Westphalen, Caiçara, Taquaruçu do Sul e Erval Seco. Nas oficinas, aproximadamente 16 colaboradores participaram das atividades. As qualificações eram realizadas no período noturno ou aos sábados de manhã, tendo em vista que a maioria dos integrantes das equipes é voluntária.

“Para montar as oficinas, realizamos o diagnóstico de programação analisando as plataformas de mídia social e os programas sonoros que eles produziam. A partir disso, criamos oficinas personalizadas para cada rádio, entendendo as suas demandas. Apresentamos as propostas temáticas e os colaboradores das rádios escolheram dois temas para que trabalhássemos com eles”, pontua Mirian. Dessa forma, o projeto desenvolveu três formações.

Na oficina de fundamentos do jornalismo e radiojornalismo, foram abordadas questões relacionadas à formatação da notícia, à importância do relacionamento com fontes para verificação de informações, à responsabilidade profissional e à preparação do texto para veiculação em rádios. De acordo com a professora, “a oficina destaca os aspectos de checagem e apuração, além de apresentar fontes que podem ser utilizadas pelas equipes – como a Rádio Agência e a Agência Brasil. Essa é uma forma de fornecer maior diversidade informativa, ampliando a visão de mundo oferecida por meio de suas programações”.

Uma das oficinas mais solicitadas pelos colaboradores foi a de redes sociais. Nela, foram trabalhadas as diferenças entres as redes sociais, os formatos que podem ser pensados e as ferramentas disponíveis. Características de linguagens, identidade visual, análise de métricas e impactos também integraram os conteúdos programáticos da atividade. Ao final, a oficina resultou na elaboração de um manual para ampliar a presença dos veículos no espaço digital.

A terceira oficina foi voltada à prática de locução, pensada especificamente para pessoas que apresentam programas nas rádios comunitárias. No curso, foi discutida a importância da voz – desde técnicas de cuidados até seu potencial de criação de vínculos com a comunidade. No momento dedicado à prática, a oficina realizou exercícios de aquecimento vocal e aprimoramento da dicção.

De acordo com a professora, estudantes que participaram das ações puderam conhecer na prática as condições de trabalho e o funcionamento de rádios comunitárias. “Ao retornar, voltam com outro olhar tanto para o funcionamento quanto para o papel dessas rádios comunitárias nas comunidades. Quando estamos lá, ouvimos histórias sobre o relacionamento deles com a sociedade e com os ouvintes. Isso mostra outras realidades que não conseguimos trabalhar em sala de aula, uma comunicação mais cidadã”, ressalta Mirian.

A professora enfatiza que “o rádio é muito presente aqui na região Noroeste, então entendemos que ele tem a capacidade de furar bolhas – algo que não conseguimos nas redes sociais. Por meio do rádio, pode-se chegar a um público muito mais diverso, dialogando e levando questões importantes a ele. O projeto tem essa compreensão, e, por isso, queremos fortalecer a atuação das rádios comunitárias”.

Com informações da Subdivisão de Divulgação e Editoração da Pró-Reitoria de Extensão

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