
O Laboratório de Arqueologia, Sociedades e Culturas das Américas (Lasca) da UFSM inaugurou na manhã desta terça-feira (9) a exposição “Escavando histórias: a jornada da arqueologia através dos tempos”, que apresenta as origens e a história desta ciência ao longo dos anos. A inauguração ocorreu no prédio do Lasca, localizado na Rua Floriano Peixoto, ao lado da Antiga Reitoria da UFSM, onde a exposição ficará aberta ao público a partir desta quarta-feira (10), das 10h ao meio-dia e das 13h às 17h. A previsão é que a mostra fique no local pelos próximos seis meses.
A exposição é realizada pelo Lasca e tem como parceiros o Museu Gama d’Eça, o Centro de Ensino e Pesquisa em Arqueologia (Cepa) da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), o Laboratório de Estratigrafia e Paleobiologia do Departamento de Geociências da UFSM, o Grupo de Pesquisa Nightwind do Colégio Técnico Industrial de Santa Maria (Ctism), a Coordenadoria de Ações Educacionais (Caed) e a Pró-Reitoria de Extensão (PRE).
Peças históricas, artefatos locais e réplicas constituem a exposição do Lasca
O coordenador do Lasca, André Soares, explica que a exposição tem um intuito nem sempre tão explorado: falar da arqueologia em si, como ciência, e explicar como ela funciona e qual sua importância para o público. “A arqueologia na universidade existe há mais de 40 anos, e o Lasca foi criado oficialmente em 2016. Desde lá estamos equipando e estruturando o laboratório, e agora, com a chegada de uma museóloga em 2024, temos condições de fazer um projeto maior de arqueologia em diálogo com a sociedade, através de uma percepção de uma exposição museológica. A ideia foi juntar justamente as duas coisas, a observação museológica mais o espaço da arqueologia”, comenta o coordenador.

A museóloga do Lasca e coordenadora da Divisão de Museus da UFSM, Aline Vargas, comenta que a ideia da exposição também surgiu de uma demanda para desenvolver uma atividade que fosse voltada para o público escolar. “A exposição que tinha aqui antes era mais voltada para o público universitário, adulto. E notamos que as crianças tinham muito interesse em entender essa figura do arqueólogo, que é uma figura quase hollywoodiana, do Indiana Jones. Eles queriam entender o que o arqueólogo escava, como que funciona, como que se sabe que determinado espaço tem um potencial de ser um sítio arqueológico, qual é o método da escavação.”
Assim, a exposição tem como objetivo responder essas perguntas de uma forma lúdica e dinâmica, explicando a origem da arqueologia e do arqueólogo, e como essa ciência foi se modificando até chegar ao que é hoje em dia, utilizando diversos recursos, como exposição de objetos, pinturas nas paredes, jogos interativos e painéis com textos explicativos.
Por meio da exposição, o público pode conhecer mais sobre as ferramentas e objetos utilizados pelos povos originários (como pontas de flechas), pinturas rupestres (pintadas em parede do Lasca pela própria equipe, com representações de diversas partes do mundo), a megafauna (por meio de uma réplica da cauda de um gliptodonte, uma espécie de tatu gigante, feita pelo grupo Nightwind do Ctism) e cerâmicas, além da escavação de artefatos que está sendo realizada no jardim do Museu Gama d’Eça (até o momento cerca de 500 objetos foram encontrados) e de um jogo interativo que contém um glossário dos principais conceitos da arqueologia. Aline também destaca que as seções sobre a escavação no quintal do Museu Gama d’Eça e sobre animais da megafauna (conjunto de animais de grande porte) estão entre as favoritas das crianças.

Bolsista do Lasca e estudante do 5º semestre do curso de Bacharelado em História, João Pedro Meinen compartilha que os bolsistas puderam realizar um grande trabalho de pesquisa para auxiliar a construir a exposição. “O que vemos aqui é a concretização de muito tempo de estudo, de pesquisa e de trabalho. A nossa principal contribuição foi pensar o conteúdo da exposição, o que ia ser exposto, o que usar daqui, o que pegar de outros acervos, o que colocar nos textos, e o que falar sobre toda essa ideia da história da arqueologia, que é um tema que não se fala muito nas exposições”, comenta.
João Pedro também destacou a exibição de artefatos encontrados no quintal do Museu Gama d’Eça, por se tratar de uma escavação em um espaço localizado no centro de Santa Maria. “É uma coisa que é invisibilizada talvez, porque fica no centro e ninguém sabe que está acontecendo, só nós e quem acompanha as notícias da universidade. Essa para mim é a parte mais interessante, porque se expõe o que está sendo feito agora, aqui no centro.”
Informações para agendamento de visitas escolares e visitas guiadas encontram-se na página www.ufsm.br/laboratorios/lasca. Outros conteúdos sobre o Lasca constam em seu perfil no Instagram.
Texto: Giulia Maffi, estudante de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Fotos: Felippe Richardt
Edição: Lucas Casali