O Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), ampliou seus serviços com a abertura do Ambulatório de Hemodiálise. O procedimento foi disponibilizado apenas para pacientes internados via Sistema Único de Saúde (SUS). Nesta quarta-feira (28), a ampliação dos serviços será oficialmente inaugurada e pacientes de Santa Maria e região que necessitam de hemodiálise podem realizar o tratamento de forma ambulatorial. A Inauguração contará com a presença do vice-presidente da Ebserh, Daniel Beltrammi, e do superintendente do Husm, Humberto Moreira Palma, além de outras autoridades e gestores do hospital.
O ambulatório conta com quatro máquinas, com capacidade para atender 16 pacientes por semana. Cada paciente realiza, em média, três sessões por semana. O serviço funciona nas segundas, quartas e sextas-feiras, das 7h às 19h. A equipe multiprofissional é composta por três nefrologistas, três enfermeiros e três técnicos de enfermagem, além de assistentes sociais e administrativos.
Uma das vantagens do novo serviço é a liberação de leitos, pois os pacientes não precisam mais ser internados. Atualmente, a Unidade de Nefrologia do Husm dispõe de 11 leitos de internação. “Rotineiramente, além das hemodiálises em pacientes renais crônicos internos, é necessário dialisar pacientes renais agudos que entram em situação de emergência ”, explicou a gerente de Atenção à Saúde do Husm, Tânia Magnago.
Desde setembro de 2023, o hospital tem pacientes prontos para ter alta, mas que dependem de hemodiálise. “Isso aconteceu porque o Husm não oferece serviço de hemodiálise ambulatorial e devido à sobrecarga das clínicas ambulatoriais da rede. Essa situação levou à mobilização de esforços para a abertura do atendimento ambulatorial”, afirmou Tânia.
A doença renal crônica é um grave problema de saúde pública. Entre 2015 e 2023, a região centro-oeste do Rio Grande do Sul registrou 5.192 internações por insuficiência renal, sendo 1.373 (26,4%) no Husm, com uma média de 152,5 internações por ano. Segundo Tânia, “a oferta de hemodiálise ambulatorial pelo Husm, certamente, melhorará a qualidade de vida e o bem-estar físico, psicológico e social dos pacientes que carecem de terapias substitutivas renais”.
Sobre o novo serviço do Husm
O Ambulatório de Hemodiálise é voltado para “pacientes que passam por terapia renal substitutiva, mas que podem realizar o tratamento sem necessidade de internação”, explicou a chefe da Unidade de Clínica Médica do Husm, Fernanda Pradella.
Dentre as vantagens desse modelo, conforme Fernanda, estão a “comodidade de poder fazer uma sessão e retornar para casa, além de menores chances de infecção hospitalar”. A abertura do serviço também impactou positivamente a gestão dos leitos, permitindo um menor tempo de internação e possibilitando que novos pacientes acessem o Hospital e iniciem o tratamento de hemodiálise.
Durante as sessões, os pacientes recebem cuidados integrais, adaptados ao grau de complexidade de cada caso. Além disso, serão oferecidas orientações de saúde para pacientes e familiares, encaminhamentos para transplante renal, acompanhamento de medicamentos, e dicas sobre dieta, exercícios e hidratação. O objetivo é garantir que os pacientes tenham acesso a uma vida digna, saudável e feliz.
Entenda a hemodiálise e sua importância
A hemodiálise é uma terapia que realiza a filtragem do sangue, melhorando a função dos enxágues. Segundo a enfermeira responsável técnica do Ambulatório de Hemodiálise, Daiane da Silva Prates, “essa filtragem remove água e substância em excesso que pode prejudicar a saúde dos pacientes”. Dependendo da condição do paciente, a hemodiálise pode ser temporária ou permanente, sendo necessária a repetição do procedimento três vezes por semana, com sessões que duram cerca de quatro horas cada uma.
As principais causas da doença renal crônica são: hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças renais (glomerulopatia, nefropatia túbulo-intersticial, doença renal policística, displasia, hipoplasia renal) e uropatias (infecções urinárias de repetição, obstruções urinárias e cálculos urinários). Conforme dados de 2024 da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), no mundo, aproximadamente 3,1 milhões de pessoas vivem com algum tipo de doença renal. Além disso, entre 5 e 11 milhões morrem anualmente de doenças renais por causa de lesões agudas e falta de acesso ao tratamento renal substitutivo.
Daiane ressaltou que, “antes e durante as sessões de hemodiálise, é preciso observar os sinais específicos dos pacientes, pois podem ter alterações principalmente da glicose e variações na pressão arterial”. Os pacientes em tratamento, geralmente, mantêm controle específico da ingestão de líquidos e de uma dieta restritiva.
Além disso, a hemodiálise traz mudanças significativas para o estilo de vida dos pacientes, afetando aspectos físicos, nutricionais, emocionais e hormonais. Como destacou Daiane, “os pacientes também expressaram apoio familiar constante para que essa adaptação ocorra de forma mais tranquila possível”.
Sobre a Ebserh
O Husm faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do SUS ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Texto: Coordenadoria de Comunicação Social da Ebserh