Até o dia 15 de outubro, alunos, ex-alunos e servidores aposentados da UFSM podem se inscrever para a 6ª edição do concurso de crônicas, que tem como tema “O que vi e vivi na UFSM”. A edição anterior ocorreu em 2010, e premiou a egressa Patrícia Cunha e o aluno Tiago Laber. Abaixo, você pode conhecer mais detalhes sobre os vencedores e suas trajetórias na UFSM.
A ficção
Aos 17 anos, Patrícia ingressou na UFSM, no curso de Direito diurno. Quatro anos depois, em 1992, saiu formada. Após a formatura, Patrícia foi para Porto Alegre, onde reside até hoje e trabalha como Promotora de Justiça. Ela acredita que talvez venha dessa rotina recheada de histórias reais, tristes, sofridas, mas gratificantes, que tenha surgido o seu gosto por escrever.
A Promotora escreve para si mesma, e não costuma mostrar seus textos para outras pessoas. Mas foi por curiosidade e incentivo da mãe, ex-professora da UFSM, que Patrícia resolveu participar do concurso, que, segundo ela, a surpreendeu com o resultado positivo. “Sentei para ver se escreveria algo razoável e depois fiz a inscrição. Não esperava a premiação, que foi uma grata surpresa”.
Para a ex-estudante de Direito, o concurso é uma forma de restabelecer o contato dos antigos alunos com a instituição de ensino da qual fizeram parte, ao mesmo tempo em que resgata histórias e possibilita a criação de histórias envolvendo memórias e sentimentos de um passado relacionado com a UFSM.
Histórias como a dos alunos de medicina contada em “Trajetória”, onde Patrícia juntou um pouco de cada um dos muitos tipos de pessoas que conheceu durante sua vida acadêmica. Tem um pouco das alunas bonitas que são almejadas por estudantes, um pouco dos bons (e exigentes) professores que teve quando estudou na Universidade, outro tanto dos exemplares alunos com quem conviveu. Mas o personagem principal, conta Patrícia, é inspirado em seu filho de 10 anos, que é tímido, concentrado e adora futebol, mas que,“como diria minha avó, ‘tem outro por dentro’. Imaginei-o mais velho”, explica a escritora da crônica premiada.
A premiação trouxe orgulho para a família. Patrícia conta que para seus pais foi como se ela tivesse voltado aos mesmos 17 anos de quando “ganhou” o concurso do vestibular. E ao ser questionada se sentia saudade da Universidade, Patrícia responde com outra pergunta: “Será que alguém não sente falta da época da faculdade?” . Em 2012, a turma da egressa completou 20 anos de formatura, e ela lamenta não manter contato com a maior parte dos ex-colegas, embora lembre com muito carinho de todos.
A realidade
Tiago Laber entrou na UFSM em 2010, como aluno do curso de Engenharia Química. Hoje o jovem prepara-se para ir para Portugal, através do Programa Ciência Sem Fronteiras, onde vai continuar a graduação.
Quando estava no 2º semestre da faculdade, por muita insistência de uma amiga que ajudava na divulgação, Tiago resolveu conhecer o concurso de crônicas. A decisão de participar veio com a descoberta dos temas. “Quando li, soube que poderia contribuir, pois boa parte da minha família conheceu a Universidade. Então, história pra contar eu tinha, era só ‘fuçar’ um pouco”. Foi o que o estudante fez. Pressionado pelo tempo, já que soube do concurso dois dias antes do encerramento das inscrições, ligou para a mãe em busca de detalhes de uma história que ele conhecia, mas precisava se aprofundar nos detalhes.
Foi assim que nasceu, pela segunda vez, a História de amor dentro da Universidade. Tiago conta as circunstâncias em que sua mãe conheceu seu padrasto e, juntos, iniciaram sua família. A história já estava decidida, mas Tiago tinha outro problema: nunca havia escrito uma crônica. A resposta ele encontrou na mão da avó, que carregava um jornal, onde, diariamente, há crônicas. Foi uma dessas crônicas diárias que serviu de “molde” para a narrativa de Tiago.
Houve outra surpresa na hora da inscrição: “eu preenchia todos os campos que eram pedidos e, quando enviava, todos eles ficavam em branco novamente. Tentei três vezes, não recebi confirmação, nem por ali, nem por e-mail, então desisti. Eu juro que achava que não estava inscrito”, conta o jovem.
Foi apenas dois meses depois, após receber os parabéns de uma colega, que Tiago descobriu que não havia apenas conseguido efetuar a inscrição, mas que ganhara o primeiro lugar em sua categoria. A sensação da vitória e da surpresa foi estranha e nova para Tiago, já que “ganhar uma coisa por mérito único e exclusivamente meu… Foi bom demais”, explica ele.
Em 2010 foi a primeira e única vez que Tiago participou de um concurso desse gênero. O estudante de química conta que, apesar de gostar de escrever, não faz isso com frequência. Por ser muito detalhista, ele demora pra escrever textos, então prefere aproveitar este tempo para ler. O jovem caracteriza o seu gosto pela escrita como hobby, que, no caso, lhe trouxe uma grata surpresa ao vencer o concurso.
Repórter:
Patricia Michelotti- Acadêmica de Jornalismo
Edição:
Luciane Treulieb