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HUSM-UFSM é destaque nacional com pesquisa sobre cuidado pós-operatório em mulheres com câncer de mama

Técnica avaliada combina bandagem elástica funcional e fotobiomodulação para evitar complicações pós-cirúrgicas ou cirurgias adicionais



Um estudo desenvolvido no Hospital Universitário de Santa Maria da Universidade Federal de Santa Maria (HUSM-UFSM), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), foi reconhecido no Congresso Brasileiro de Fisioterapia em Oncologia, realizado no Rio de Janeiro, em maio deste ano. A pesquisa avalia o uso de uma fita terapêutica (Bandagem elástica funcional ou Kinesio Tape) aplicada em mulheres após a avaliação da área necrótica. O atendimento foi realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com média de 17,8 dias entre a cirurgia e a primeira sessão de fisioterapia.

A técnica é parte de um protocolo fisioterapêutico que também envolve sessões de fotobiomodulação com LED vermelho e infravermelho. O objetivo é evitar que pacientes com feridas complicadas, como necroses, precisem passar por novas cirurgias. A pesquisa faz parte de um ensaio clínico mais amplo, aprovado pelo Comitê de Ética da UFSM.

Além da fita terapêutica, a pesquisa também avaliou o uso da fotobiomodulação no tratamento de áreas adjacentes a necroses em feridas operatórias. Essa técnica usa luz com LED vermelho e infravermelho para ajudar o tecido a se recuperar, acelerando a cicatrização, aliviando a dor e trazendo outros benefícios para a saúde. O protocolo envolveu 15 sessões, aplicadas em pacientes com feridas em processo de necrose. A proposta era evitar intervenções invasivas, como desbridamento ou novo procedimento cirúrgico.

“Trabalhamos com 12 casos que evoluíram para a necrose da ferida operatória mamária e conseguimos reepitelizar (regenerar a pele) as feridas sem a necessidade de retorno ao Bloco Cirúrgico. O trabalho realizado teve o apoio da equipe de Mastologia do HUSM que acompanhou o processo de recuperação das feridas das pacientes, bem como a colaboração da equipe de Enfermagem do Ambulatório de Mastologia/Ginecologia e Obstetrícia”, explicou a professora, fisioterapeuta e pesquisadora, Hedioneia Maria Foletto Pivetta.

A docente acrescentou: “Esse tipo de abordagem pode beneficiar pacientes com medo de novas intervenções cirúrgicas ou que possuam comorbidades que dificultam o retorno ao Bloco, tornando-se uma nova possibilidade no manejo de feridas complicadas”. Após a aplicação, a paciente recebe orientações sobre os cuidados com a fita e com a ferida para garantir os melhores resultados. O tempo de uso varia conforme a recomendação fisioterapêutica, a cicatrização e a resposta individual de cada paciente.

A técnica de Kinesio Taping, desenvolvida originalmente por Kenzo Kase no Japão em 1973, ganhou espaço na área da saúde nos últimos anos. O uso se expandiu da fisioterapia esportiva para o cuidado em diversas áreas, incluindo a saúde da mulher. Hoje, é utilizada no manejo de condições como prolapsos pélvicos, incontinência urinária, dismenorreia, no pós-operatório de cirurgias estéticas e mamárias e, mais recentemente, na área da oncologia.

Reconhecimento no Congresso e produção científica

O estudo premiado consiste na pesquisa de mestrado da fisioterapeuta Jhulie Anne Pinheiro Kemerich, orientada pela professora Hedioneia, e faz parte de um projeto guarda-chuva que avalia intervenções fisioterapêuticas no cuidado oncológico. Durante o Congresso Brasileiro de Fisioterapia em Oncologia, seis estudos foram apresentados e ganharam destaque, incluindo os resultados da pesquisa conduzida no HUSM.

“Essa proposta foi bem recebida porque oferece uma alternativa viável, menos invasiva e mais confortável para pacientes em processo de recuperação”, ressaltou a professora. O trabalho apresentado abordou tanto o uso da bandagem elástica funcional para redução da tensão da pele e aproximação das bordas da ferida, quanto a aplicação da fotobiomodulação em feridas complicadas, fortalecendo a contribuição da fisioterapia hospitalar no SUS.

A mestranda Jhulie também destacou que foi utilizada a combinação de bandagem elástica (Kinesiotape) e fotobiomodulação. “A bandagem foi aplicada ao redor da ferida com uma técnica que promovia a sustentação dos tecidos, e, associada a isso, utilizávamos a fotobiomodulação, no caso, o LED, para estimular a cicatrização”. Segundo ela, os resultados foram surpreendentes: “A cada sessão que passava, a gente ficava admirada com a resposta de cicatrização que as pacientes tinham”.

Mais do que os indicadores clínicos, ganhou destaque o relato das pacientes atendidas. “Elas mesmas percebiam a melhora. Chegavam felizes, mostrando que a ferida estava cicatrizando. E, com isso, muitas não precisariam passar por uma nova intervenção cirúrgica. Isso foi a parte mais gratificante da pesquisa”, disse a mestranda.

Jhulie também celebrou o reconhecimento no Congresso Brasileiro de Fisioterapia em Oncologia: “Foi muito gratificante. É um Congresso de referência, que reúne grandes nomes da fisioterapia

oncológica, e ser mencionada ali, ter o trabalho reconhecido, é uma honra”. Também ressaltou a importância da pesquisa clínica no contexto oncológico: “Trabalhar com mulheres que já estão em um momento tão sensível, sendo o tratamento do câncer de mama, exige muita responsabilidade. Por isso, esse reconhecimento também serve como incentivo para continuar a pesquisa clínica, especialmente porque, na Oncologia, a Fisioterapia está avançando gradualmente”.

Pesquisa como pilar institucional no HUSM

Para a chefe da Unidade de Gestão da Pesquisa (UGPESQ), Dioneia Antunes da Silva, “a pesquisa sempre foi um dos pilares fundamentais do HUSM-UFSM desde sua fundação em 1970. Como hospital universitário, temos o compromisso de aliar assistência, ensino e pesquisa, desenvolvendo soluções inovadoras que beneficiem diretamente nossos pacientes e o SUS”.

Com cerca de 100 novos projetos registrados por ano, envolvendo cursos de graduação, pós-graduação e diversos grupos de pesquisa, o HUSM mantém intensa atividade científica. “Essa robusta atividade científica reflete nosso compromisso em transformar conhecimento em melhores práticas clínicas. O reconhecimento nacional desta pesquisa sobre cuidado pós-operatório em mulheres com câncer de mama é um exemplo concreto de como a investigação científica pode resultar em protocolos menos invasivos e mais eficazes para nossos pacientes”, destacou.

A UGPESQ apoia os pesquisadores com foco na consolidação de uma cultura científica voltada à melhoria do cuidado. “Pesquisas como esta, que combinam inovação tecnológica com aplicação prática no SUS, demonstram como a ciência pode ser uma ferramenta de transformação social e melhoria da qualidade de vida dos nossos pacientes. Este estudo representa não apenas um avanço científico, mas também a materialização da nossa missão de produzir conhecimento que tenha impacto real na assistência prestada à população”, completou Dioneia.

Ela também celebrou o reconhecimento da pesquisa no Congresso Brasileiro de Fisioterapia em Oncologia: “Sentimos imenso orgulho e felicidade pelo reconhecimento desta pesquisa no Congresso Brasileiro de Fisioterapia em Oncologia. Esta premiação representa o resultado do trabalho dedicado da professora Hedioneia e reafirma a excelência científica que caracteriza o HUSM-UFSM. Ver nossos pesquisadores sendo reconhecidos nacionalmente nos enche de satisfação e nos motiva a continuar investindo em investigações que façam a diferença na vida dos pacientes”.

Texto: Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh

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