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Comunidades quilombolas recebem participantes da Caminhada Internacional na Natureza

Evento reuniu história, cultura e natureza em um percurso pelas comunidades quilombolas de Restinga Seca



No dia 9 de agosto, Restinga Seca foi palco de um encontro que uniu turismo, cultura e preservação ambiental: a Caminhada Internacional na Natureza, que teve como tema “Caminhando com os quilombolas: história e ancestralidade”. A atividade atraiu centenas de participantes de diferentes municípios e estados, superando as expectativas dos organizadores e movimentando o turismo local.

O evento foi realizado em parceria com a Prefeitura de Restinga Seca, a Emater/RS-Ascar, o Programa do Geoparque de Assistência Técnica e Extensão Rural (Progeater) e Observatório de Direitos Humanos (ODH) da Pró-Reitoria de Extensão da UFSM, e principalmente com o protagonismo das comunidades quilombolas. A caminhada percorreu aproximadamente 7 quilômetros pelo interior do município, que faz parte da Geoparque Mundial da Quarta Colônia, território reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O ODH teve papel fundamental na participação de novos públicos, ao disponibilizar um ônibus pelo projeto de Afroturismo na Região Central do RS, fomentado pela Fundação Cultural Palmares. A iniciativa busca valorizar e dar mais visibilidade às comunidades quilombolas, destacando sua força, resistência e potência cultural.

Os participantes da caminhada assistiram a um desfile de moda afro no Rincão dos Martimianos

Comunidades e história – O trajeto passou por duas importantes comunidades quilombolas: São Miguel dos Carvalhos e Rincão dos Martimianos. Ao longo do percurso, moradores abriram suas casas e compartilharam histórias, saberes e tradições preservadas há gerações. São Miguel dos Carvalhos é reconhecida por sua forte organização comunitária e por preservar práticas culturais e religiosas afro-brasileiras, além de desenvolver projetos ligados ao uso sustentável das frutas nativas. Rincão dos Martimianos mantém viva a memória de seus antepassados por meio de festas, rituais e da gastronomia típica, sendo referência regional na produção de alimentos caseiros.

Durante a caminhada, as comunidades quilombolas São Miguel dos Carvalhos e Vovó Isabel (esta última de Nova Palma), ofereceram um café da manhã típico. Já o Rincão dos Martimianos sediou o encerramento com uma feijoada preparada pelas famílias locais. No ponto final, ambas as comunidades quilombolas, em conjunto com as de Vó Firmina e Vó Maria Eulina (do distrito Barro Vermelho, em Restinga Seca), comercializaram peças de artesanato e de suas agroindústrias, fortalecendo a economia solidária. Ao todo, foram movimentados mais de R$ 5 mil na comercialização de alimentos e outros produtos quilombolas durante o evento.

Outro destaque foi a banca Sabores de São Miguel, projeto do Núcleo de Estudos em Áreas Protegidas da UFSM, que apresentou aos visitantes as propriedades medicinais e gastronômicas das frutas nativas da Mata Atlântica, conectando ciência e saberes tradicionais.

Participantes africanos – A caminhada também teve caráter internacional, com participantes de outros países. O nigeriano Oluwatimilehin Emmanuel Fabeku, doutorando em Educação na UFSM, ressaltou: “essa caminhada, em especial, é muito importante, pois em Restinga Seca encontrei pessoas negras. Essa é a minha identidade, quero me identificar com pessoas assim e conhecer a sua história”.

Já o angolano Bruno Madureira Sucumula, mestrando em Direito na UFSM, descreveu: “essa caminhada foi um momento extraordinário, pois tive a oportunidade de conversar com as pessoas das comunidades quilombolas. Mais do que 7 quilômetros de caminhada, foram mais de 300 anos de partilha, de conhecimento e de história. Descobri que, fora da África, existe um país muito plural e que respeita a diversidade cultural”.

Afroturismo na região – A UFSM tem colaborado em uma série de iniciativas que visam apoiar as ações das comunidades quilombolas da região central do estado. Iniciado em 2025, o projeto “Afroturismo no centro do Rio Grande do Sul: identidade e tradição” recebe fomento da Fundação Cultural Palmares para fortalecer a visibilidade e autonomia das comunidades quilombolas, promovendo a geração de renda, criação de conteúdos, materiais paradidáticos e outras ferramentas que fortaleçam a preservação da cultura negra local.

Ao final da caminhada, os turistas puderam conhecer o mural “Raízes que Florescem”, que compõe a fachada do salão comunitário do Quilombo dos Martimianos, realizado no âmbito do projeto pelo artista visual Antonio José Dos Santos Filho (Braziliano). Também presenciaram o desfile de moda realizado por mulheres da comunidade que estão se formando no curso de Designer de Moda Afro, oferecido pelo projeto Tecendo Novos Saberes, realizado pela UFSM com fomento do Programa Manuel Querino, do Ministério do Trabalho.

Outras informações sobre as Caminhadas Internacionais na Natureza constam no perfil do projeto no Instagram. Para saber mais sobre ações de afroturismo, o público pode seguir o perfil do ODH.

Texto: Assessoria de Comunicação do ODH

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