
O Laboratório de Figurinos do Centro de Artes Letras (CAL) fica localizado na sala 1226 do prédio 40 do campus sede da UFSM. A sala é um espaço de pesquisa e interação, onde os estudantes podem experimentar figurinos, pesquisar e entender melhor os personagens que vão interpretar em suas produções. O laboratório atende qualquer curso da universidade e da comunidade em geral.
A professora do curso de Licenciatura em Teatro e coordenadora do laboratório, Camila Borges Santos, conta que o espaço existe há 30 anos, e que tudo começou com uma pequena mala de roupas, que aos poucos foi se tornando o acervo que é hoje, contando com mais de 5 mil peças disponíveis. Ela compartilha que futuramente o laboratório vai se mudar para o térreo do CAL, se tornando uma boutique. “A gente quer que esse laboratório seja um lugar prazeroso de se estar. Um lugar bonito onde você consegue olhar os figurinos, escolher, fazer as composições e que seja esse lugar prazeroso.”
O laboratório é fundamental para as produções teatrais, já que o figurino é um elemento essencial para a cena. Camila explica que, no curso, os atores e diretores refletem sobre a concepção dos espetáculos como um todo, pensando na luz, trilha sonora e figurinos, então vêm para o laboratório para pesquisar para cada produção. “O figurino está a serviço do ator, a serviço da história que o ator está contando. Então ele tem que ser funcional, não só bonito esteticamente, mas ele tem que ser maleável, ele tem que deixar o ator fazer o que é preciso fazer na ação, no movimento para contar aquela história”, complementa. Por essa razão, a manutenção das peças é essencial.
A professora também compartilha que durante a pandemia o laboratório sofreu uma grande baixa de figurinos, tendo em vista que muitas pessoas foram embora e não devolveram as peças retiradas. “Todo o acervo que nós temos aqui hoje estava reduzido a um terço do que nós temos agora. Então a gente teve todo o trabalho de ganhar acervo, de organizar, de colocar em dia esse laboratório”, conta.

Manutenção – Para garantir a conservação das peças, Camila e os bolsistas do laboratório trabalham realizando pequenas manutenções, como costuras, reparos e a limpeza dos figurinos. “Aqui a gente tem camisas femininas, masculinas, saias, calças… Todo o figurino é separado pela nossa equipe para que, quando tu venha com uma proposta daquilo que tu imagina, o bolsista já possa direcionar o aluno”, explica Camila. A professora conta ainda que estão tentando adquirir uma máquina de costura para o laboratório, para facilitar esse processo de manutenção.
Para as escolas e comunidades de fora que solicitam as vestimentas, não há nenhuma taxa de cobrança. Só é necessário assinar um termo de compromisso para catalogação. “São inúmeras escolas que contam com esse espaço, que frequentam aqui o nosso laboratório, e que são sempre muito bem-vindas. Para a gente é um prazer receber não só os estudantes, professores e servidores aqui da universidade, mas toda a comunidade que precisa desse elemento da cena que é o figurino”, explica a professora.
Atualmente, o laboratório está produzindo as roupinhas dos bonecos de manipulação (para teatro de fantoches), que serão usados por alunos da disciplina de Montagem. Além disso, o laboratório auxilia diversas produções da Licenciatura em Teatro e do Bacharelado em Artes Cênicas.
O laboratório não confecciona seus próprios figurinos, mas aceita doações de peças. É possível entrar em contato através do e-mail lab.figurino.cal@ufsm.br.
Texto: Ellen Schwade, estudante de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Fotos: Daniel De Carli
Edição: Lucas Casali