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Religião e necessidades específicas marcam segundo dia do congresso da ABRAFH



O segundo dia de debates do II Congresso Internacional da Associação Brasileira de Famílias Homotranafetivas (ABRAFH), realizado nesta quinta-feira (19/7), na sede da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal, foi marcado por pautas de respeito à diversidade religiosa e inclusão LGBTI+. O evento se encerra na sexta-feira (20/7).

Na primeira mesa – moderada pelo diretor de relações Institucionais da ABRAFH e coordenador do Congresso, Emerson Gonçalves – foram abordadas a religião, o respeito e a cura para o preconceito. Entre os convidados debatedores, estavam lideranças religiosas inclusivas do DF: pesquisadora de liberdade religiosa, Jacqueline Jereissati Galuban; pastor da Igreja Batista Movimento Jesus Cura Homofobia, José Barbosa Júnior; bispo da Igreja Anglicana, Bispo Maurício Andrade; praticante espírita, Bárbara Dalcante. Além do presidente da ABRAFH e praticante do Budismo de Nitirem, Saulo Amorim; e da vice-presidente da ABRAFH e ministra da Igreja da Comunidade Metropolitana, Alexya Salvador.

O segundo debate da manhã foi sobre filiação LGBTI+, que deu voz aos filhos e pais de homossexuais. Moderada pela coordenadora regional Sudeste da ABRAFH, Fernanda Sabatini, a mesa contou com a participação do integrante do Coletivo Mães pela Diversidade e pai de um homossexual assassinado, Avelino Mendes; da estudante e filha de mãe lésbica, Bruna Sabatini, a filha adotiva de pais homossexuais e irmãos, Camila Darós.

“Quando fui adotada, não permitiram que meu pai me registrasse, apenas minha mãe, pelo fato de serem irmãos. Mas ele é meu pai de consideração e coração, eu não poderia ter pais melhores. A minha família é só amor e respeito aos direitos humanos”, comemorou Camila. “Eu senti a homofobia no ambiente de trabalho, quando algumas pessoas começaram a me ‘desmerecer’ quando soube que sou filha de mãe lésbica”, lembrou emocionada Bruna. “Eu perdi meu filho para o preconceito e discriminação, mas ganhei tantos outros e uma causa para lutar”, conforta-se Mendes.

No início da tarde, durante o momento institucional, a presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família do Distrito Federal (IBDFAM-DF), Renata Cysne, falou sobre a atuação da entidade em favor das famílias LGBTI+. “A entidade atua há mais de 20 anos na proteção do direito das famílias, servindo muitas vezes de ponte entre as transformações sociais e a resposta do Estado a elas, seja através do legislativo ou do judiciário”.

Em seguida, um dos mais importantes momentos do evento, e de maior destaque, foi a mesa de temática de necessidades específicas, com o tema das famílias LGBTI+ que convivem com essas singularidades. “É muito difícil encontrarmos um espaço assim para debatermos dois graves preconceitos e as vivências de pessoas que sofrem duplamente. Muito orgulho de poder estar aqui discutindo e debatendo essas questões”, comemorou a moderadora Alexya.

A mesa foi a real representação da diversidade, com pessoas cisgênaras, transgêneras, não-binárias, homossexuais e, quase na sua totalidade, com algum tipo de deficiência específica. O ativista, comunicador e cadeirante, Henri Tiago, afirma que esse grupo são mais do que apenas um número. “Independentemente das estatísticas, nós existimos. É preciso transformar o que se pensa como gasto em política pública, em investimento. Porque tudo que a gente precisa é garantir nosso direito de ir e vir”.

O advogado gay e negro, com deficiência visual, Fernando Henrique Vernalha, é ativista pela visibilidade dessa parcela da população e deixa um questionamento para reflexão. “O que você pode fazer para ver o que parece que é tão difícil de enxergar?”. A coordenadora do Centro de Referência em Assistência Social da Diversidade (Creas), e pessoa não-binária, Ana Carolina Silvério, afirma que este é um espaço de empoderamento. “É uma constante luta pelos nossos direitos, que a sociedade ainda não consegue dialogar sobre e reconhecer”. Para a líder comunitária, mulher negra e transgênero, Carla Nell, esse é uma porta que se abre para um futuro melhor. “Só depende de cada um de nós”, dispara.

Já a mulher trans, com síndrome de Larsen, comunicadora e colunista da Mídia Ninja, Leandrinha Duarte, afirma que “é tempo dos nossos corpos ocuparem todos os espaços, é tempo de saber que lugar de pessoa com deficiência é onde ela quiser”.

Logo após, foi a vez da mesa da rede de proteção, com o tema “tire seu preconceito da frente, pois avançaremos com amor” e moderada pela psicóloga e advogada, membro fundadora e integrante do conselho jurídico e do grupo de apoio psicossocial da ABRAFH, Beatrice Marinho Paulo. Os debatedores do tema foram a coordenadora do grupo Mães pela Diversidade no DF, Mônica Monteiro; representante do MEC e membro do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Mauro Lúcio de Barros; psicóloga, representante do Grupo de Apoio à Adoção Aconchego DF e Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção (Angaad), Ana Carla Domingues; mestre em Literatura e professor do ensino básico do Colégio Pedro II do Rio de Janeiro, Marcone Rocca.

A programação do dia foi encerrada pela palestra do ministro chefe da Divisão de Direitos Humanos do Ministério das Relações Exteriores, Fernando Sena, que fez uma análise dos avanços e retrocessos da visibilidade e dos direitos das famílias LGBTI+ no Brasil e no mundo.

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