O Brasil comemora, em 29 de agosto, o Dia da Visibilidade Lésbica. Em alusão à data, a Casa Verônica UFSM e o Setor de Atenção Integral ao Estudante (SATIE PRAE), em parceria com o Ambulatório Transcender e o Coletivo VOE, realizaram, no início desta semana, a exposição “Olhares Lésbicos”. A ação contou com a exposição de artistas lésbicas da UFSM, participação de DJ e atividades de promoção à saúde e visibilidade para a população lésbica.
Para a psicóloga da Casa Verônica UFSM e organizadora do evento, Gabriela Quartiero, a exposição foi um espaço fundamental para conversar com o público universitário e dar visibilidade à pauta. “A nossa sociedade é estruturalmente heteronormativa, e isso é refletido dentro da nossa cultura, onde a maioria das histórias contadas relacionam as mulheres aos homens. Por isso, o dia da visibilidade lésbica é importante, pois as lésbicas estão presente em diversas áreas, na arte, na cultura, na música, na literatura, entre outros e são muito talentosas, mas, infelizmente, nem sempre são reconhecidas e valorizadas. Nesse sentido, o dia da visibilidade lésbica traz luz a essas existências que resistem dia a dia”, comenta Gabriela.
Durante a exposição, o público pode ter contato com os trabalhos artísticos e culturais produzidos por mulheres lésbicas na UFSM. A comunidade acadêmica também pode aproveitar e conhecer um pouco mais do trabalho da DJ Nandi – artista lésbica consagrada em Santa Maria -, que realizou sua apresentação no Hall do Restaurante Universitário I.
O Dia da Visibilidade Lésbica foi instituído em 1996, data da realização no Brasil do 1.º Seminário Nacional de Lésbicas. O dia simboliza a luta contra a lesbofobia, machismo e misoginia e busca refletir sobre a importância de políticas públicas para pessoas lésbicas.
A ação promovida pela UFSM busca dar visibilidade e incentivar o debate sobre as violências a que essa população está submetida. De acordo com um levantamento Gênero e Número, em 2017, cerca de seis lésbicas foram estupradas por dia, e em 62% dos casos notificados, não foi a primeira vez que a pessoa foi vítima.
Texto: Wellington Hack, jornalista Casa Verônica UFSM