No dia 1º deste mês, o projeto de extensão “Materiais que se transformam em brinquedos na Educação Infantil”, da Unidade de Educação Infantil Ipê Amarelo (UEIIA) – Colégio de Aplicação, com apoio do Observatório de Direitos Humanos (ODH), realizou uma ação com bebês, crianças e adolescentes das Aldeias SOS de Santa Maria.
Recebidos com carinho pela mãe social Ana Regina Campos, os integrantes do projeto foram acolhidos com afeto e tiveram a oportunidade de conhecer a rotina e as vivências das crianças na instituição. A atividade teve como foco promover experiências de brincadeira e criação de brinquedos a partir de materiais naturais e de largo alcance e baixo custo, como canos de PVC, pedaços de MDF e troncos, que ganharam novos significados nas mãos das crianças.
Durante a visita, os cenários lúdicos foram ampliados com histórias infantis e propostas organizadas por acadêmicas, professoras e técnicos administrativos em educação (TAEs). A ação proporcionou momentos de alegria e descoberta para crianças em situação de acolhimento e transição para reintegração familiar. Além disso, buscou refletir sobre o brincar como direito fundamental e sobre a reutilização de materiais na construção de uma infância mais criativa e consciente.
O projeto da UEIIA desenvolve ações voltadas às infâncias em diversos espaços, como instituições educativas, a Penitenciária Estadual de Santa Maria, eventos públicos como o Viva ao Campus e a Feira do Livro, além das Aldeias SOS. Essas iniciativas fortalecem o vínculo entre universidade e sociedade por meio do ensino, da pesquisa e, principalmente, da extensão.
Vozes que transformam:
Para Karine Weber, bolsista de pós-graduação e integrante do projeto, participar das ações nas Aldeias é um exercício de presença e sensibilidade:
“Cada encontro é um convite a desacelerar, a ouvir com o corpo inteiro, a sentir o outro e a nós mesmos com mais leveza e compaixão. É como se cada sorriso trocado reacendesse a esperança e lembrasse que somos feitos de vínculo, de cuidado e de afeto. Assim, floresce o desejo de ser uma pessoa e uma profissional melhor — alguém capaz de tocar corações com pequenos gestos e transformar o cotidiano em poesia viva.”
A acadêmica Jordanny de Bastos Ramires, do curso de Educação Especial, destaca o impacto da ação na expressão criativa das crianças:
“Foi lindo ver como, mesmo em situações de vulnerabilidade, elas se entregavam ao brincar com tanta criatividade e liberdade. Os canos viraram pistas de corrida, aviões, túneis secretos e instrumentos musicais. Era como se, naquele espaço, o mundo se abrisse para novas possibilidades.”
Jullia Garcia dos Santos, também acadêmica de Educação Especial, compartilha como a experiência contribuiu para sua formação docente:
“Essas reflexões continuarão comigo ao longo da minha jornada. O projeto não só cria vivências para os acadêmicos, mas também experiências memoráveis para as crianças e outros membros da comunidade.”
Lavinia Da Rosa Ramos, outra participante da ação, resume com emoção o impacto do encontro:
“Tive a oportunidade de ver a felicidade estampada no rosto das crianças com os brinquedos e com a nossa presença. Foi notável o quanto aprendemos com elas e o quanto elas aprenderam conosco. Juntos, percebemos que a felicidade está nas pequenas coisas.”
Para encerrar a manhã, foi realizado um piquenique com guloseimas — um pedido feito pelas crianças na ação anterior, que reforçou ainda mais os laços de afeto e partilha construídos ao longo da visita.
Texto: Jucemara Antunes
Edição: Fabiane Gomes
Fotos: Jucemara Antunes