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30 anos de um refúgio ambiental



“As novas gerações terão o privilégio de haurir o perfume inebriante da opulenta natureza, em suas múltiplas manifestações”. Assim profetizou o professor Santo Masiero, naquele 3 de dezembro de 1981, quando foi inaugurado o jardim botânico da UFSM.  Depois de ter sido adiada por duas vezes devido à chuva, a cerimônia reuniu cerca de 150 pessoas que acompanharam o então reitor Derblay Galvão descerrando a placa de inauguração.

O acervo do ano anterior à inauguração contava com mais de 1.400 mudas, divididas em 107 espécies e na data contava com 1.680 mudas e 120 espécies, apenas para ilustrar o seu crescimento. No dia da inauguração, houve o plantio de mais mudas, realizado por autoridades e convidados presentes. Em síntese, os objetivos do jardim na época eram tais como: formar uma coleção de espécies nativas e exóticas; constituir um manancial florístico de apoio às atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão; constituir um repositório de espécies raras ou em extinção, entre outros.

Mas o caminho para se chegar a esse resultado não foi simples. Data de 1966 a primeira tentativa, negada, de Masiero para implantar um jardim botânico na universidade. Em 1971, foi o professor Armando Adão Ribas, na época chefe do Departamento de Biologia, que solicitou a criação do espaço ao reitor Mariano da Rocha e obteve a resposta de que já existia o jardim botânico Martius, bastando apenas reativá-lo. Mariano da Rocha falava de um jardim que se destinava a cultivar plantas medicinais para a Faculdade de Farmácia. De acordo com informações do arquivo do Jardim Botânico, o Martius era cultivado na área do Hospital de Caridade Astrogildo Cezar de Azevedo.

Em 1979, uma comissão é nomeada pelo professor Adelino Alvarez Filho, ocupando o cargo de chefe do departamento de Biologia, e fica responsável por elaborar um projeto de um jardim botânico no campus. Santo Masiero fez parte da comissão. Em 20 de dezembro desse ano, o projeto foi entregue ao reitor Derblay Galvão e obteve atenção. A partir de então se deu início a sua criação e, com ajuda dos funcionários da prefeitura, no ano seguinte começou a se introduzir mudas na área que inicialmente abrangia cerca de 20 hectares.

No entanto, isso não foi o suficiente para que o crescimento do jardim seguisse sem empecilhos. Em 1982, foi construída uma pequena dependência para guardar materiais que anteriormente ficavam num buraco da sanga interna no jardim. Em 1987, essa casa foi incendiada sem causas e responsáveis identificados. No mesmo ano, no entanto, com recursos da própria universidade, o jardim ganhou a sua caixa d’água e a construção de alvenaria. A partir de 1990, ele passou a ser um órgão suplementar do Centro de Ciências Naturais e Exatas.

Um problema que o jardim enfrenta até hoje vem da época da criação, segundo o diretor, professor Renato Aquino Zachia, o material nunca foi encaminhado como deveria ser para o Diário Oficial da União, por isso, até hoje o jardim botânico não tem sua publicação oficial. Hoje em dia é uma obrigação ter essa publicação para ser considerado jardim botânico. Segundo uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), pra ser jardim botânico tem que se enquadrar nas categorias C, B ou A. E para isso é necessário ter uma lista de itens cumpridos, de acordo com a categoria. O jardim botânico da UFSM ainda tem dois itens incompletos, mas a expectativa é que até dezembro eles sejam cumpridos, para entrar, assim, na categoria C. Depois disso, começa-se a batalhar para chegar à categoria B e posteriormente a A, afirma Zachia.

Atualmente, o jardim conta com 13 hectares de terra, e espera a execução de um projeto de ampliação da sede. A ideia é que se possa reunir toda a direção num mesmo espaço dentro do próprio jardim. Hoje os funcionários ficam espalhados pelo campus. O biólogo e coordenador do acervo, Fábio Pacheco Menezes, atualmente tem sua sala alocada no Centro de Educação e afirma que a centralização da administração seria uma mudança para melhor. Além disso, o projeto prevê a construção de um auditório que poderá ser utilizado nas visitas que o jardim recebe de escolas e instituições diversas.

Depois de passar pela administração de nomes como o do professor Masiero, professor Adelino Alvarez e professora Vera Lucia Bender Dellamea, o jardim ficou sob os cuidados de Zachia de 1997 até 2003, quando Zachia precisou se afastar. Retornou em 2006, reassumindo o cargo que exerce até hoje. Segundo o diretor, sua permanência se deve à afinidade do trabalho que desenvolve com as necessidades do jardim. A equipe do jardim conta atualmente com, além de Zachia na direção e Fábio na coordenação do acervo, três jardineiros e um recepcionista, além de três bolsistas. A expectativa é para que se abram uma vaga administrativa e outra para jardineiro chefe.

O jardim está aberto à visitação de toda a comunidade, tanto interna quando externa a UFSM, de segunda a sexta-feira, nos horários das 8h às 12h e das 13h às 17h, estando disponível a visitação no horário do meio dia, no entanto, sem acompanhamento. A visitação é livre, e o agendamento é necessário apenas para casos em que se deseja ter o acompanhamento de um monitor. Com essa necessidade, deve-se agendar pelo telefone (55) 9193 8183.

Repórter:

Patricia Michelotti – Acadêmica de Jornalismo.

Edição:

Lucas Durr Missau.

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