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Prêmio O Futuro da Terra: startup criada na UFSM é celebrada por trabalho inovador 

Zeit Análises Químicas viabiliza o uso de tecnologias no campo



foto colorida horizontal mostra quatro pessoas lado a lado, em pose oficial, os dois do centro seguram um troféu, e ao fundo um banner com a inscrição do prêmio e logos dos promotores
Renan Buque Pardinho e Paula Dalla Vecchia (ao centro), fundadores da Zeit, receberam a premiação

Na noite desta segunda-feira (29), durante a Expointer, em Esteio, a Zeit, startup da Pulsar Incubadora, vinculada ao Parque Tecnológico da UFSM, recebeu o Prêmio O Futuro da Terra, na categoria Startup do Agronegócio. Estiveram presentes para receber o reconhecimento Paula Dalla Vecchia e Renan Buque Pardinho, egressos da Instituição e fundadores da startup.

Para Paula, esse momento é muito importante para a equipe, principalmente por ser uma empresa nova, com apenas três anos. “Ficamos muito lisonjeados com o prêmio, pois indica que estamos seguindo no caminho certo, onde, através da ciência e da tecnologia, contribuímos para a sustentabilidade do agronegócio brasileiro”, diz.

Antes de eventos internacionais, os corredores da Universidade

A ideia para a concepção da Zeit veio de dentro da estrutura da UFSM, mais especificamente do Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ), no qual os dois fundadores, doutorandos em Química Analítica, desejaram unir a pesquisa com o mercado. Para Renan, todas as evoluções necessárias no processo para chegar ao resultado atual contaram com a ajuda dos profissionais do PPGQ, por meio do conhecimento proporcionado.

No momento seguinte, de decisão tomada sobre abrir a organização, foi quando precisou-se de mais ajuda. A partir daí, o programa da pré-incubação realizado pela Pulsar Incubadora Tecnológica da UFSM foi essencial para o amadurecimento. “A tríade entre a Pulsar, programas de pós-graduação e grupos de pesquisa, aos nossos olhos, são a chave do sucesso de tantas empresas de excelente qualidade estarem incubadas na UFSM”, entende o cofundador. Inclusive, antes da incubação, a ideia era criar um produto para análise de mercúrio. Entretanto, durante o programa de pré-incubação, a ideia foi amadurecida, com a estruturação e modelagem do negócio. “Acreditamos que muitos dos frutos que estamos recebendo têm a ver com a Pulsar. Eles foram essenciais”, salienta Renan. Além disso, membros do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia e do Programa de Pós-Graduação de Tecnologia e Ciência dos Alimentos da Instituição também integram o projeto. 

Em meio a isso, vale lembra que o Programa de Pós-Graduação em Química da UFSM é destaque no cenário nacional e internacional, com estrutura para pesquisadores se arriscarem em ideias ousadas. Segundo seu coordenador, Cezar Bizzi, além da pesquisa, o programa busca interagir com a sociedade, em ações que ultrapassam os muros da Universidade. De acordo com ele, para conferir um retorno mais imediato à comunidade, é recompensador presenciar os atuais e antigos discentes buscando aliar o alto desempenho acadêmico com atividades inovadoras, de viés empreendedor, como ocorre na Zeit, onde alunos de doutorado em Química, engajados com as demandas sociais, resolveram empreender. “Vencida a barreira das incertezas, passa a ser uma questão de tempo para que o conhecimento adquirido se torne um diferencial, e as demandas do setor produtivo possam ser facilmente sanadas”, afirma Bizzi. 

Não obstante, Paula conta que o vínculo com a Universidade se fortalece justamente na parceria com alguns grupos de pesquisa, como o Grupo de Estudo em Aditivos na Produção Animal (Geapa) e o LabLeite, ambos vinculados ao Departamento de Zootecnia. Ademais, o Laboratório de Bioprocessos, com o Biotec Factory, vinculado ao Departamento de Engenharia Química, igualmente é envolvido no projeto. E mais: há parceria com outras startups incubadas na incubadora Pulsar, como a Auftek e a Crops Team. 

Agilidade nas respostas das necessidades do trabalhador do campo 

É como se pode descrever o trabalho da Zeit. Uma análise química no campo, logo após a coleta de dados do material em questão, principalmente o leite bovino. Assim, o produtor pode ter mais detalhes de seu produto antes de comercializá-lo. “Trabalhamos no desenvolvimento de tecnologias limpas e sustentáveis, sem uso de reagentes, com baixo consumo de energia, para que as análises possam ser feitas diretamente no campo, minimizando processos e facilitando o monitoramento em tempo real”, explica Paula.

O cenário que os fundadores encontraram na época de criação era de que, para o agricultor conseguir resultados de alguma análise de produto, precisava levar as amostras até um laboratório, esperar de 5 a 10 dias úteis, a depender do laboratório, para receber o laudo de volta. Essa demora na emissão do laudo atrasa a tomada de decisão dos clientes. Porém, com o serviço ofertado pela incubada, a análise é feita em campo, a fim de agilizar o processo. 

Na prática, a Zeit possui um pequeno dispositivo portátil de dimensões reduzidas, com cerca de 150 gramas, o qual faz o reconhecimento do objeto analisado e envia todas as informações encontradas para um aplicativo de celular, por meio do bluetooth. Após, os dados recebidos são decodificados e, assim, os resultados são transmitidos ao cliente. 

Expansão crescente 

Em 15 de julho de 2021, tendo em vista o protagonismo do Brasil na produção mundial de soja, a Zeit se aliou ao Genesis Group para lançar a NIRA. Ou seja, uma solução que permite determinar, de maneira rápida e precisa, os teores de proteína, óleo e umidade dos grãos de soja. Por meio da análise dessa tecnologia, é possível identificar os atributos dos grãos em tempo recorde, algo que confere ao agricultor maior poder de decisão na cadeia produtiva. Os grandes diferenciais da NIRA em relação à concorrência são a rapidez, pois os números são aferidos em poucos minutos, e a praticidade de um equipamento portátil que não necessita de energia elétrica ou conexão com a internet, podendo operar tranquilamente no campo. Para os executivos da Zeit e Genesis Group, a solução é prática, confiável e financeiramente atrativa, ao atender as necessidades das fábricas, dos traders, dos produtores e de todos os elos da cadeia.

Em vista disso, com base em informações confiáveis, os clientes podem tomar melhores decisões sobre a comercialização e a utilização dos grãos, beneficiando toda a cadeia produtiva. A ferramenta é uma inovação para o setor, pois, com as informações em mãos, todos os elos da cadeia podem, inclusive, negociar de forma mais segura a sua produção de soja, visto que saberão, por exemplo, a quantidade de proteína presente nos grãos, componente que é altamente valorizado no mercado interno e externo. A partir da utilização da NIRA, o produtor poderá monitorar, além da produtividade, a qualidade do grão produzido.

De acordo com Renan, essa tecnologia visa, no futuro, mudar a forma como é comercializada a produção de soja. “Atualmente, o grão é vendido por peso e, com a tecnologia da NIRA, poderá ser comercializado levando em consideração teores de proteína e óleo. Vemos isso no mercado de cana-de-açúcar, em que o produtor vende a cana pelos teores de açúcar presente na produção”, explica Renan.

Incubadoras, futuro promissor

Segundo declaração de Anderson Cardozo Paim, gerente da Incubadora Pulsar, atualmente a UFSM conta com mais de 40 empresas incubadas, sendo metade delas spin-offs, que derivam de grupos de pesquisas ou laboratórios da Universidade, fator que demonstra a sinergia entre a pesquisa e o mercado. No ano de 2021, as empresas incubadas da UFSM faturaram aproximadamente R$ 15 milhões e retiveram montante superior a R$ 600 mil em impostos.

Anderson acredita que, mais do que nunca, as startups despontam no cenário local como alternativa viável de desenvolvimento regional, como agregadores de valor econômico na indústria e como opção para retenção de talentos formados nas universidades federais, combatendo a fuga de cérebros que é comum no país, em função do baixo investimento em educação, pesquisa e inovação. 

O prêmio O Futuro da Terra reconhece iniciativas e pesquisas que contribuem para a valorização de práticas que estimulam o desenvolvimento do agronegócio no Estado do Rio Grande do Sul. A promoção é do Jornal do Comércio, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).

Texto: Gabrielle Pillon, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Fotos: Luana Giazzon, jornalista do Parque Tecnológico da UFSM

Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista

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