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NEABI completa duas décadas de atuação na UFSM

Núcleo de Estudos Afro Brasileiros e Indígenas realiza seminário voltado ao resgate da história do grupo e a luta pela efetivação da Lei 10.639



Os convidados relembram importantes momentos do grupo

O Núcleo de Estudos Afro Brasileiros e Indígenas (NEABI) completa 20 anos de atividade em 2023. Para comemorar as duas décadas, foi realizado nesta segunda-feira, dia 13, um seminário voltado para o resgate histórico da criação do grupo na UFSM e a luta pela efetivação da Lei 10.639 de 2003, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileiras nas escolas do país. O evento também marca a abertura do Novembro Negro na Universidade.

Participaram do evento a fundadora do NEABI na UFSM, a professora Carmen Deleacil Ribeiro Gavioli, a doutora em Educação, Maria Rita Py Dutra, a coordenadora da Diretoria de Articulação Interfederativa do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, Leonice Mourad, e o atual coordenador do NEABI Anderson Luiz Machado dos Santos. O evento aconteceu no auditório do Centro de Ciências Sociais e Humanas e reuniu representantes de diferentes órgãos da Instituição, estudantes e servidores.

Carmen destacou a importância da luta antirracista na UFSM e as primeiras mobilizações e encontros com o Movimento Negro para estimular a criação do NEABI. Relembrou que, em 2006, criou no curso de Letras uma Disciplina Complementar de Graduação (DCG) sobre relações étnico-raciais: “muitos alunos chegavam na disciplina sem saber do que se tratava, mas saiam de lá com projetos lindos, ideias capazes de transformar a Universidade”, conta. 

Maria Rita trouxe anotações de suas agendas antigas, que classificou como as memórias de um período de intensa mobilização, e enfatizou a importância da luta a favor das cotas na UFSM. A professora recordou os intensos encontros com a reitoria e órgãos responsáveis, os levantamentos de dados sobre alunos negros na Instituição e a aula pública que ela ajudou a ministrar em Santa Maria, em resposta ao movimento contrário às cotas realizado por empresários da cidade. “Eu olhava para eles, perguntava quantos professores negros eles tiveram, quantos médicos negros eles conhecem. Eu insistia e insistimos até entenderem o porquê das cotas serem importantes”, conta Maria Rita, que acrescenta: “a construção da política de cotas foi a muitas mãos”.

Em complemento a fala de Maria Rita, Leonice destacou o papel da formação educacional na luta antirracista. De forma didática, a professora destrinchou os principais pontos da Lei 10.639 e destacou a importância da implementação do artigo 26-A, que diz: “Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira”. Para Leonice: “os NEABIs são protagonistas no processo de discussão e implementação de políticas para a promoção da igualdade racial e eventos como esse mostram a potência desses espaços, que são de escuta, de diálogo, de formação e resistência”, pontua.

Anderson Luiz Machado dos Santos, atual coordenador do NEABI, pontuou a simbologia de eventos como este, destacando a necessidade de descolonização da Universidade. “Esse evento quer resgatar a história do NEABI, discutir a educação para as relações étnico-raciais e promover a importância da efetivação dessa lei. O NEABI é um espaço para isso e sempre esteve envolvido nessa trajetória”, pontua.

Após a exposição da mesa, houve um momento aberto para perguntas, que foram respondidas pelos convidados. Maria Rita ainda destacou a necessária quebra de estereótipos sobre a população negra e a necessidade de uma educação – em todos os níveis – voltada para a valorização da cultura afro-brasileira e indígena. Sobre o evento, ela se emocionou: “nem parece que o tempo passou! Ouvir os colegas, os amigos, pessoas que trabalharam nessa luta é muito grandioso”, e ainda complementou: “estamos prontos para continuar nessa caminhada”. 

Nos últimos dias, o NEABI teve um projeto aprovado junto ao Governo Federal, em que irá oferecer cursos de profissionalização e qualificação. Neste mês, o Núcleo também participa ativamente na construção do “Novembro Negro”, que conta com uma série de atividades educativas, artísticas e culturais.

Texto: Milene Eichelberger, estudante de jornalismo e voluntária da Agência de Notícias
Fotos: Gabriel Escobar, estudante de jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Mariana Henriques, jornalista

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