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Oficinas de escrita, histórias em quadrinhos e tradução: teoria da literatura e práticas literárias

OFICINAS DE ESCRITA, HISTÓRIAS EM QUADRINHOS E TRADUÇÃO: TEORIA DA LITERATURA E PRÁTICAS LITERÁRIAS (GPOQT)

Ver no Diretório de Grupos da CNPq Pesquisa Em Atividade

Contato:

gpoqt@ufsm.br Prédio:40-A Sala:2307

Projetos

Extensão

A escrita, o desenho, a produção artística e cultural, em geral, são vistas no imaginário popular como atos de gênios, reservados a poucos indivíduos. Pensando em socializar as produções, em processos coletivos com a prática de exercícios, as oficinas de escrita e de quadrinhos potenciais, inspirados no Oulipo, serviriam a democratizar não apenas o acesso à produção mas também o acesso a novas leituras. As oficinas de literatura potencial e de quadrinhos potenciais (Oulipo/Oubapo) surgiram na França entre grupos de autores que procuravam novas formas de fazer arte. Nos últimos 30 anos, elas adentram os círculos literários, festivais de quadrinhos, como criações coletivas à maneira dos antigos jogos de salão, e acabaram por se mostrar um modelo interessante para a criação. Com desafios inspirados na matemática (desde a resolução de problemas a exercícios de probabilidade e grafos), o participante da oficina é levado a escrever por um desafio: um texto sem determinada letra, quadrinhos sem desenhos, repetir determinadas imagens ou expressões. Ao ser “desafiado”, o participante liberta muito mais a sua criatividade do que a espera da “musa”. Desse modo, a escrita reafirma seu caráter lúdico e coletivo; pedagogicamente, verifica-se, também, uma potencialidade de concentração do aluno, além de reforçar o caráter do compartilhamento de textos, e uma fuga à ideia de “originalidade” ou “sacralidade” do gesto da escrita. Em sua primeira fase, o presente projeto permitiu o encontro de pessoas de diferentes realidades em espaços virtuais de socialização dos textos. Com o retorno planejado das atividades presenciais na universidade e nas escolas, observa-se a necessidade de também abrir esses espaços à comunidade, com a realização de oficinas em espaços como bibliotecas e salas disponíveis, bem como em espaços públicos e privados abertos à criação, visando a celebração coletiva da criatividade, pela escrita e leitura de suas produções. O presente projeto se organiza, portanto, como uma apresentação sistemática desses jogos de escrita em oficinas entre 2 a 8 horas de duração, com organização da docente coordenadora e participação de estudantes de graduação.

Período: 2022-2027

Coordenação de Maria Clara da S. R. Carneiro (UFSM)

Participantes

Discentes

Ana Carolina Mainardi Muniz (PIVIC/UFSM 2021 – Bolsista FIEX/UFSM 2022)

Pedro Henrique Lencina Pinheiro (Bolsista PROBIC/FAPERGS/UFSM 2021-; PIVIC 2020-2021)

Victória Pontes Borgmann (PIVIC/UFSM 2021-2022; PIBIC 2022)

 

Pesquisadores colaboradores

Gustavo Afonso Müller (UFSM)

Lielson Zeni (UFRJ)

Parceiros do projeto – locais de atuação

Biblioteca Central da UFSM

Unidade de Saúde Básica Wilson Aita (Cohab)

Colégio Estadual Profa. Edna May Cardoso

Instagram do projeto: @oficinaspotenciais

 

Objetivos
• Organizar e ministrar oficinas de literatura e quadrinhos potenciais para diferentes públicos, com exercícios lúdicos para o desenvolvimento das habilidades criativas;
• Integrar universidade e espaços públicos para a promoção de uma cultura de práticas criativas;
• Promover o bem-estar dos mais diversos públicos, pela disseminação da cultura da escrita criativa;
• Capacitar docentes (licenciandos e licenciados) para o desenvolvimento das oficinas potenciais, permitindo a inserção dessas práticas lúdicas no ensino regular.
Justificativa
As oficinas justificam-se por apresentar um modelo lúdico de aprendizagem, trazendo elementos da literatura e dos quadrinhos contemporâneos ainda desconhecidos do grande público. Em nossas experiências anteriores, percebemos que, ao estimular a prática criativa entre pessoas que acreditavam não terem “talento” para fazê-lo, permite o desenvolvimento da autoestima e, consequentemente, a promoção do bem-estar e da saúde. Espera-se poder realizar oficinas junto a escolas, tanto para estudantes quanto para professores e mães e pais de alunos. Todas as oficinas são animadas por uma a duas pessoas que estimulam o grupo a produzir e mostrar para todos o resultado, o que permite uma democratização de técnicas criativas fora do espaço escolar. Organizando-se em um projeto de extensão visando organizar diferentes oficinas para diferentes públicos e espaços, o presente projeto se estende de forma horizontal entre universidade e espaços públicos, em que o conhecimento acadêmico será posto à prova em produções coletivas. Esse projeto de extensão também capacita estudantes de licenciatura e professores para o planejamento e aplicação dessas oficinas, além de produzir material para pesquisa.
Resultados esperados
– Fomentar a prática de oficinas coletivas de escrita e de quadrinhos regulares em espaços públicos de Santa Maria e espaços virtuais abertos a toda a comunidade;
– Capacitar estudantes de licenciaturas e professores para aplicação das oficinas, bem como do manejo dos exercícios potenciais para o estímulo da criatividade.

A escrita, o desenho, a produção artística e cultural, em geral, são vistas no imaginário popular como atos de gênios, reservados a poucos indivíduos. Pensando em socializar as produções, em processos coletivos com a prática de exercícios, as oficinas de escrita e de quadrinhos potenciais, inspirados no Oulipo, serviriam a democratizar não apenas o acesso à produção mas também o acesso a novas leituras. As oficinas de literatura potencial e de quadrinhos potenciais (Oulipo/Oubapo, respectivamente) surgiram na França entre grupos de autores que procuravam novas formas de fazer arte. Nos últimos 30 anos, elas adentram os círculos literários, festivais de quadrinhos, como criações coletivas à maneira dos antigos jogos de salão, e acabaram por se mostrar um modelo interessante para a criação. Com desafios inspirados na matemática (desde a resolução de problemas a exercícios de probabilidade e grafos), o participante da oficina é levado a escrever por um desafio: um texto sem determinada letra, quadrinhos sem desenhos, repetir determinadas imagens ou expressões. Ao ser “desafiado”, o participante liberta muito mais a sua criatividade do que a espera da “musa”. Desse modo, a escrita reafirma seu caráter lúdico e coletivo; pedagogicamente, verifica-se, também, uma potencialidade de concentração do aluno, além de reforçar o caráter do compartilhamento de textos, e uma fuga à ideia de “originalidade” ou “sacralidade” do gesto da escrita. O presente projeto se organiza para apresentar esses jogos de escrita para público diverso, oferecendo ao público externo à universidade elementos de criação literária de forma lúdica, promovendo encontros entre diferentes pessoas com desejo de escrever, em diferentes níveis. As oficinas serão coordenadas por docente coordenador do projeto e organizadas e aplicadas por estudantes da graduação, sob supervisão da coordenação. As oficinas serão oferecidas no espaço da universidade (a Biblioteca Central) e em espaço externo aberto ao público e de forma gratuita, permitindo atingir públicos diversos a cada vez. A partir de um mínimo de 4 encontros de duas horas cada, guiados por dois a três ministrantes, a cada encontro serão lançados desafios de produção individuais ou coletivos, para em seguida proceder à leitura dos textos produzidos. Com ênfase em elementos textuais (a letra, vocabulário, estilo, gênero), a prática por “restrições” do Oulipo incentiva uma conscientização da linguagem, lembrando que toda escrita é feita a partir de certas restrições (registro, gênero, enunciação). Da mesma forma, os exercícios restritivos também são bem-humorados: uma prática da escrita na forma de um jogo, e o momento de leitura de um mesmo exercício realizado por diferentes indivíduos, acaba por provocar, muitas vezes, o riso. Além disso, ao se verem interditos de se utilizar elemento “fácil” da língua (escrever sem determinada letra, por exemplo), o sujeito acaba buscando novos vocabulários, formas diferentes de se dizer algo que escapam ao ordinário, gerando efeitos poéticos ou aprofundamento dos discursos. Ao longo do projeto, também serão oferecidas oficinas especificamente de quadrinhos, com o mesmo modelo de atuação por desafios de restrição, dependendo da participação e desenvolvimento das oficinas de escrita. Pretende-se ampla divulgação e aumento gradual das oficinas, cujo programa pontual permitirá desenvolvimento de estratégias diferentes a cada encontro, bem como estreitar um diálogo entre todos os envolvidos, dentro e forma da universidade, pela prática coletiva da escrita, e na leitura dos resultados, em que todos os participantes serão convidados a comentar. Os resultados das oficinas serão tratados pelos estudantes participantes do Projeto, com a geração de corpus para o Projeto de Pesquisa 049335 “Uma “pedagogia potencial”: as oficinas do Oulipo e do Oubapo e ensino de língua, literatura e sensibilização para letramento de imagens”, para eventuais publicações e fomentando avaliação do presente Projeto de Extensão.

Período: 2020-2022

Coordenação de Maria Clara da S. R. Carneiro (UFSM)

Participantes

Discentes

Pedro Henrique Lencina Pinheiro (Bolsista PROBIC/FAPERGS/UFSM 2021-; PIVIC 2020-2021)

Pesquisadores colaboradores

Gustavo Afonso Müller (UFSM)

Discentes pesquisadores de pós-graduação

Lielson Zeni (UFRJ)

Discentes egressos

Ana Carolina Mainardi Muniz (PIVIC/UFSM – 2021)

Lauren Silva Nascimento (PROBIC/FAPERGS/UFSM – 2020-2021; FIPE/UFSM – 2020-2021)

Victória Pontes Borgmann (PIVIC/UFSM – 2021-)

Objetivos
• Preparar um cronograma de aplicação de oficinas de quadrinhos e literatura;
• Organizar e ministrar oficinas de literatura e quadrinhos potenciais;
• Oferecer um mínimo de duas oficinas cada uma com duração mínima de 8 horas;
• Permitir encontros de pessoas interessadas em escrita criativa; • Apresentar de forma lúdica autores e obras de literatura e quadrinhos sob restrição a público não-acadêmico;
• Recolher produções de textos e quadrinhos sob restrição para pesquisa;
• Formar docentes (licenciandos e licenciados) para o desenvolvimento das o oficinas potenciai
Justificativa
As oficinas justificam-se por apresentar um modelo lúdico de aprendizagem, trazendo elementos da literatura e dos quadrinhos contemporâneos franceses ainda desconhecidos do grande público. Organizando-se em um projeto de extensão visando organizar diferentes oficinas para diferentes públicos e espaços, o presente projeto se estende de forma horizontal entre universidade e espaços públicos, em que o conhecimento acadêmico será posto à prova em produções coletivas. Esse projeto de extensão também capacita estudantes de licenciatura para o planejamento e aplicação dessas oficinas, além de produzir material para pesquisa.
Resultados esperados
– Fomentar a prática de oficinas coletivas de escrita e de quadrinhos regulares em espaços públicos de Santa Maria;
– Formar profissionais para aplicação das oficinas;
– Obter registros de produções para pesquisa e futura publicação de cadernos dirigidos a interessados em produção artística-cultural ou professores em geral.

Pesquisa

Pesquisa conduzida no seio da linha de pesquisa “Análise e teoria das histórias em quadrinhos”, com leituras da obra do pesquisador potiguar e elaboração de livro com artigos e resenhas.

Coordenação de Guilherme E. Silveira, Lielson Zeni, Maria Clara Carneiro e Valter do Carmo Moreira, com a participação dos membros do grupo.

Desenvolver análise de histórias em quadrinhos ancorada nas pesquisas recentes em teoria da literatura sobre estilo, autoria e literalidade nas histórias em quadrinhos, partindo de pesquisas recentes sobre teorias dos quadrinhos (Dürrenmatt, 2013; Groensteen, 2015; Carneiro, 2015), e relacionando-as às teorias da literatura (Roland Barthes), da escrita (Anne-Marie Christin, Jacques Derrida) e da imagem (Georges Didi-Huberman.

Coordenação de Maria Clara da S. R. Carneiro (UFSM)

Vice-Líder Valter do Carmo Moreira (UFPR)

 

Participantes ativos

Pesquisadores colaboradores

Alexandro Carlos de Borges Souza (UFPB)

Ciro Inácio Marcondes (UCB-DF)

Daniela dos Santos Domingues Marino (USP)

Guilherme Lima Bruno E Silveira (IFPR/UFG)

Jaqueline dos Santos Cunha (UFG)

Lucas Ferreira Vieira (UniRio)

Thomaz Pereira de Amorim Neto (UERJ)

 

Estudantes de pós-graduação

Lielson Zeni (UFRJ)

Luísa Loureiro Monteiro de Castro Teixeira (UFRJ)

 

Estudantes de graduação

Isabella Maria Píccolo Estevão (IF-PR)

Liane Azevedo de Souza (UFCG)

 

Egressos

Antonio José dos Santos Filho (UFSM)

Lauren Silva Nascimento (UFSM)

Amli Paula Martins de Miranda (PUC-RJ)

Objetivos
• Orientar pesquisa e tradução de histórias em quadrinhos.
• Tradução de quadrinhos contemporâneos de viés literário.
• Preparar revisão bibliográfica sobre teoria dos quadrinhos e relacionar aos estudos literários.
• Elaboração e aplicação de oficinas e cursos de teoria dos quadrinhos.
• Organizar cursos e seminários de introdução à análise das histórias em quadrinhos. • Redação de artigos sobre teoria das histórias em quadrinhos.
• Continuar a fomentar a vulgarização científica dos estudos das histórias em quadrinhos com a produção de ensaios e resenhas.
• Estimular a escrita crítica de alunos, em ensaios, resenhas e artigos destinados ao tema.
Justificativa
As histórias em quadrinhos povoam o imaginário popular, confundindo-se com a própria ideia de cultura de massa ou com literatura fácil. Desde os anos 1980, muitas pesquisas se voltaram para a materialidade da mídia, para além dos coletivos de fãs, desenvolvendo ora textos sobre esse “sistema” (Groensteen, 2015), ora análise mais detalhada das relações de seus estilos e uma possível literariedade em algumas dessas obras. Em minha pesquisa de Doutorado, analisei quadrinhos metalinguísticos, sobretudo em quadrinhos franceses produzidos desde os anos 2000 e, mais especificamente, os quadrinhos “potenciais” (OuBaPo), em que o jogo e a experimentação medida também produziam quadrinhos-ensaios, um fazer autoral autorrefletido. Esse experimentalismo, análogo aos preceitos da literatura potencial de qu trato em projeto paralelo, seria uma teoria em prática, e uma prática que permite uma teoria sobre quadrinhos e sobre imagem. Pretendo dar prosseguimento a essa pesquisa, trazendo esse suporte teórico que estudei em minhas pesquisas precedentes, para difundir tal referencial e permitir a formação de pesquisadores em quadrinhos a partir desse viés da teoria da literatura.
Resultados esperados
– Tradução de obras e artigos sobre histórias em quadrinhos;
– Formação de grupo de pesquisa e pesquisadores para trabalhar com a relação imagem/texto;
Publicação de artigos e livro reunindo trabalhos de análise em quadrinhos.
– Criação de disciplina complementar específica sobre história e análise das histórias em quadrinhos a partir do viés da teoria literária.
Referências

Barthes, Roland. A Preparação Do Romance II. Trad. Leyla Perrone-Moisés, Martins Fontes, 2005.

Carneiro, Maria Clara da Silva Ramos. A Metalinguagem Em Quadrinhos: Estudo de Contre La Bande Dessinée de Jochen Gerner. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2015.

Christin, Anne-Marie. Histoire de l’écriture. Flammarion, 2012.

Didi-Huberman, Georges. Quando as Imagens Tomam Posição. Translated by Cleonice P. B. Mourão, vol. 1, UFMG, 2017.

Dürrenmatt, Jacques. Bande Dessinée et Littérature. 1a ed., Classiques Garnier, 2013.

O presente projeto tem matriz teórica francesa, da semiologia de Roland Barthes, a desconstrução de Jacques Derrida, aos estudos de Gerard Genette e Georges Didi-Huberman, mas também Umberto Eco e Walter Benjamin, com ênfase nos estudos desses autores sobre o texto, a noção de autor, de assinatura, jogo, palimpsestos e história. A metodologia de pesquisa se dará pelo estudo da bibliografia teórica, revisão bibliográfica sobre a noção de estilo e autoria, pelo desenvolvimento de oficinas de escrita sob restrição, colheita e análise das produções das oficinas. O objetivo geral dessa pesquisa é observar de que forma o estilo é desenvolvido, e em como a prática de exercícios de estilo nessas oficinas participam de uma forma de reapropriação da literatura, em que a prática da escrita sob restrição corrobora com o desenvolvimento de uma autoconsciência sobre o texto e sobre a literatura. Como objetivos subjacentes, verificaremos, também, de que forma a prática das oficinas podem auxiliar no desenvolvimento de ferramentas de ensino da escrita e da literatura, elaborar atividades de escrita individuais e coletivas, e capacitar estudantes de graduação para análise literária com ênfase no estilo.
Período: 2020-2023

Coordenação de Maria Clara da S. R. Carneiro (UFSM)

Participantes ativos

Bolsistas do Projeto

 

Pedro Henrique Lencina Pinheiro (Bolsista PROBIC/FAPERGS/UFSM 2021-; PIVIC 2020-2021 e 2023)

 

Docentes colaboradores

Ana Maria Amorim de Alencar (UFRJ)

Mayara Ribeiro Guimarães (UFPA)

 

Pesquisadores colaboradores

Gustavo Afonso Müller (UFSM)

Vinicius Gonçalves Carneiro (PUC-RS)

 

Discentes pesquisadores de pós-graduação

Lielson Zeni (UFRJ)

 

Bolsistas anteriores

Ana Carolina Mainardi Muniz (PIVIC/UFSM – 2021)

Antonio José dos Santos Filho (PROBIC/FAPERGS/UFSM – 2021)

Lauren Silva Nascimento (PROBIC/FAPERGS/UFSM – 2020-2021; FIPE/UFSM – 2020-2021)

Miguel Morais Bortolás (Bolsista FIPE/UFSM – 2022)

Victória Pontes Borgmann (PIVIC/UFSM – 2021-; PIBIC 2022)

Objetivos
Objetivo geral
Observar de que forma o estilo é desenvolvido, e em como a prática de exercícios de estilo nessas oficinas participam de uma forma de reapropriação da literatura, em que a prática da escrita sob restrição corrobora com o desenvolvimento de uma autoconsciência sobre o texto e sobre a literatura. Objetivos específicos
• Verificar de que forma a prática das oficinas podem auxiliar no desenvolvimento de ferramentas de ensino da escrita e da literatura;
• Capacitar estudantes de graduação para análise literária com ênfase no estilo;
• Redação e tradução de artigos sobre a literatura e os quadrinhos potenciais;
• Elaboração de oficinas de escrita potencial em projeto de extensão paralelo;
• Verificar a possibilidade de desenvolver uma “pedagogia potencial” para ensino-aprendizagem, com ênfase na compreensão e produção escrita.
Metas
– Orientar alunos de iniciação científica em pesquisas sobre literatura potencial e teorias literárias; –
Organização de oficinas de escrita sob restrição;
– Publicação de artigos e resultados em periódicos.
Justificativa
Todo texto é sujeito a uma série de restrições, de tempo, de gênero, de registro, das decisões individuais que perfazem o estilo do enunciador. O estilo participa no interior do conjunto de restrições aos quais o texto está submetido, como uma subespécie de texto que constrange a escrita ao mesmo tempo em que a identifica com um determinado conjunto de textos. O estilo faz parte da produção de sentidos de um texto, dissemina uma assinatura pelo efeito de repetição de elementos que se tornam marcas identificáveis de um Autor. O estilo de um Autor reúne usos formais (sintáticos) e semânticos (vocábulos, temas) que podem ser identificados como usos costumeiros de determinado sujeito, enunciador, Autor. Dessa forma, um estudo sobre a noção de estilo aprofunda o conhecimento sobre o fazer da literatura, partindo, em um primeiro momento, de um estudo bibliográfico das teorias da literatura, para a elaboração de oficinas de escrita visando desenvolvimento de ferramentas para criação de estilo, e análise de como tais práticas poderiam auxiliar no desenvolvimento do ensino de escrita e da literatura.
Resultados esperados
– Formação de equipe discente capaz de desenvolver análises literárias.
– Publicação de artigos sobre as noções de estilo, autoria e as práticas de oficinas.
– Criação de oficinas de escrita permanentes dirigidas para o público discente e para a comunidade.

O Oulipo, acrônimo para oficina da literatura potencial (ouvroir de la littérature potentielle) e o Oubapo, oficina dos quadrinhos potenciais (ouvroir de la bande dessinée potentielle), fazem do jogo e da formulação de regras (as restrições) a base para criação de textos e quadrinhos dos mais criativos. Em minha pesquisa de doutorado, me debrucei sobre a obra do autor oubapiano Jochen Gerner, que também desenvolveu métodos de criação em que analisava a própria estrutura das histórias em quadrinhos; dessa forma, a presente pesquisa é um prolongamento de meus estudos anteriores, visando a aplicação desses elementos no ensino. Concentrando-me sobretudo em textos escritos, também pretendo aproveitar análises de histórias em quadrinhos como as feitas por Gerner (releituras sob restrições) para criação de narrativas em língua francesa, revisitando, também, a produção de quadrinhos em francês, assim como de textos literários de autores do Oulipo (Raymond Queneau, Georges Perec, Jacques Roubaud). A escrita sob restrições, oposta à escrita automática, parte do princípio de que a restrição constrange a escrita a ponto do sujeito que escreve retirar-se do processo, liberando-se da necessidade de uma “inspiração”, para seguir a imposição que a regra do jogo manda. Nesta pesquisa, pretendo verificar como esse princípio de criação oulipiano pode ser aplicado para o ensino de língua e literatura estrangeira, para pensar um ensino em que a escrita criativa e a noção de jogo sejam constantes. A pesquisa se desdobrará em oficinas de extensão em que se experimentará a criação de textos em português e em língua francesa, em que serão também apresentados textos de autores oulipianos e oubapianos.

Coordenação de Maria Clara da S. R. Carneiro (UFSM)

Pesquisador colaborador

Lielson Zeni (UFRJ)

Discentes

Guilherme Barbat Barros

Gustavo Afonso Müller (UFSM – PIVIC 2020-2021)

Luana Santos Gonçalves

Lucas Paz Trelha

Victória Pontes Borgmann (PIVIC/UFSM – 2021-)

 

Objetivos
Objetivo geral
Verificar a possibilidade de desenvolver uma “pedagogia potencial” para ensino-aprendizagem da língua francesa, com ênfase na compreensão e produção escrita. Objetivos específicos
• Verificar que abordagens e tratamentos são dados a diferentes suportes textuais e visuais (trechos de textos de literatura, histórias em quadrinhos, imagens de obras plásticas, textos de imprensa e publicitários) em materiais didáticos de língua francesa.
• Analisar como o plano estético desses materiais é abordado (tanto a visibilidade do texto quanto sua literalidade): verificar que noções de imagem, literatura, autor, estilo são colocadas em jogo e como abordar tais elementos?
• Pesquisar a relação entre a noção de jogo e a pedagogia de língua estrangeira, seus pressupostos teóricos e seus efeitos práticos.
• Redação e tradução de artigos sobre a literatura e os quadrinhos potenciais.
• Desenvolvimento de oficinas e atividades “potenciais” de leitura e escrita em francês, produzindo material bibliográfico para uma pedagogia “potencial” de língua estrangeira.
• Elaboração de oficinas de escrita potencial em português como parte do projeto de extensão.
• Verificar a possibilidade de desenvolver uma “pedagogia potencial” para ensino-aprendizagem, com ênfase na compreensão e produção escrita.
Justificativa
Ao mesmo tempo em que se dá mais importância ao “material autêntico”, i.e., textos extraídos das mais diversas formas quotidianas, o ensino de língua estrangeira cria hierarquia entre os mais diversos gêneros textuais, como nota PUREN (2012). A literatura acaba por ser destinada apenas aos níveis mais avançados, pois ela necessitaria de ferramentas mais sofisticadas de compreensão de língua. As oficinas de escrita potencial, por outro lado, oferecem ferramentas de criação que desfazem a noção de gênio literário, dessacralizando a ideia de obra, ao reconhecer os elementos que geram seus efeitos estéticos. Em minha pesquisa de doutorado, analisei sobretudo o análogo, OuBaPo: ambos partem do princípio da elaboração de regras ou desafios (a “restrição”) que guiará a produção do texto, adicionando dificuldades para além das regras de gramática, de gênero, de composição. Esta pesquisa se faz necessária para colaborar com a ampliação de estratégias de ensino-aprendizagem da literatura e escrita para professores. Ela auxiliaria na renovação das tipologias de exercícios com elementos de criatividade e refinamento textual. Assim, também criar recursos para formar o professor de FLE na didatização de textos autênticos, possibilitando-lhe abordagens mais de acordo com os estudos contemporâneos da literatura (abordagens pós-estruturalistas, psicanalíticas, estética da recepção…).
Resultados esperados
– Formação de equipe discente capaz de desenvolver materiais didáticos para ensino de leitura e escrita da língua francesa amparados pelas teorias literárias estruturalista e pós-estruturalista.
– Publicações regulares de teoria dura sobre o tema.
– Publicações regulares de vulgarização científica sobre a pesquisa.
– Criação de oficinas de escrita permanentes dirigidas para o público discente e para a comunidade (em francês e em português).
– Formação de público leitor interessado em oficinas de escrita.