A Galeria Virtual de Ex-Reitorias da UFSM é uma iniciativa criada como parte das comemorações dos 65 anos da Universidade Federal de Santa Maria. O espaço tem como objetivo preservar, valorizar e tornar acessível a memória institucional por meio de registros e narrativas sobre aqueles que estiveram à frente da gestão da universidade ao longo de sua história.
Esta galeria tem como fonte principal o Fonte UFSM — base de dados que reúne e descreve o acervo histórico da instituição — e o podcast Homens do Gabinete, que traz relatos e reflexões sobre as trajetórias dos ex-reitores. Trata-se de um espaço em constante construção, aberto à colaboração da comunidade acadêmica e da sociedade, convidando à partilha de memórias, imagens e lembranças que contribuam para manter viva a história da UFSM.
Nesta primeira versão, estão contemplados os ex-reitores. A próxima versão do projeto contará com informações dos ex-vice-reitores e ex-vice-reitoras da instituição.
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José Mariano da Rocha Filho
Reitor da UFSM entre 1960 e 1973 – In memorian
Médico por formação e educador por vocação, José Mariano da Rocha Filho foi o idealizador e primeiro reitor da Universidade Federal de Santa Maria. Visionário, desempenhou um papel fundamental na interiorização do ensino superior no Brasil, ao propor um novo modelo de universidade pública fora dos grandes centros urbanos, contribuindo decisivamente para a descentralização do ensino no país.
Entre 1953 e 1957, realizou diversas viagens à Europa e aos Estados Unidos visando estruturar o conceito de universidade que desejava implementar. Em 1957, apresentou ao presidente Juscelino Kubitschek o projeto da USM, que teve sua inauguração em 1961. Quatro anos depois, em 1965, a USM foi federalizada, sendo oficialmente a Universidade Federal de Santa Maria.
Entre os marcos de sua reitoria, destaca-se a inauguração do Planetário em 1971, com projeto inspirado por Oscar Niemeyer e verbas viabilizadas pelo Ministro da Educação, Tarso Dutra; a abertura da Avenida Roraima e do Obelisco em comemoração aos 10 anos da universidade; e o início da construção da Biblioteca Central, concluída em 1972.
Também foi responsável por articular a aquisição de equipamentos técnicos — como microscópios, geladeiras e aparelhos de raio X — importados da Hungria, em razão de acordos diplomáticos. Durante os anos de 1970 e 1971, promoveu eventos importantes como o I Festival Hípico de Santa Maria e recebeu visitas oficiais de representantes nacionais e internacionais, como a ONU.
Mariano da Rocha deixou a reitoria em 1973 encerrando um ciclo de mais de uma década de transformações estruturais e pedagógicas que consolidaram a UFSM como referência no ensino superior brasileiro.
Clique aqui para acessar o episódio “Homens do Gabinete #1 José Mariano da Rocha”
Hélios Homero Bernardi
Reitor da UFSM entre 1973 e 1977 – In memorian
Graduado em Farmácia, Hélios Homero Bernardi construiu uma sólida trajetória acadêmica na Universidade de Santa Maria desde seus primeiros anos, tendo atuado como diretor da então Faculdade de Farmácia da USM. Em 1970, foi nomeado vice-reitor e, em 1973, assumiu a Reitoria da Universidade Federal de Santa Maria, dando continuidade ao projeto de consolidação da instituição.
Durante sua gestão, demonstrou atenção especial à criação da infraestrutura necessária para o pleno funcionamento da universidade, investindo em espaços culturais, científicos e institucionais. Um dos marcos simbólicos desse período foi a solenidade de concessão do título de Doutor Honoris Causa ao Cardeal Dom Albino Luciani, em 1975 — que, três anos depois, se tornaria o Papa João Paulo I.
Já em 1977, a universidade passou a contar com a Sala de Exposições Hélios Homero Bernardi, espaço dedicado à arte e à cultura, atualmente conhecido como Salão Imembuí. Nesse mesmo ano, ao final de seu mandato, foi homenageado com uma estátua e uma placa em frente ao prédio da Reitoria, gesto que marcou a gratidão institucional por sua contribuição.
A atuação de Bernardi esteve centrada em garantir as bases materiais e estruturais para a universidade poder se desenvolver e expandir com solidez, consolidando-se como referência no interior do país. Seu legado permanece vivo nos espaços físicos e simbólicos da UFSM.
Clique aqui para acessar o episódio “Homens do Gabinete #2 Hélios Homero Bernardi”
Derblay Galvão
Reitor da UFSM entre 1977 e 1981 – In memorian
Engenheiro agrônomo formado pela UFRGS, Derblay Galvão construiu sua trajetória acadêmica na UFSM desde os primeiros anos da instituição, sendo decano do curso de Agronomia na década de 1960 e atuando como vice-reitor na gestão de Hélios Homero Bernardi. Em 1977, assumiu a Reitoria da UFSM, conduzindo a universidade em um período de forte expansão física, acadêmica e administrativa.
Sua administração foi marcada por importantes avanços na infraestrutura do campus e por uma atenção especial à formação de estudantes e professores. Em 1977, foi concluída a urbanização do campus-sede, com o planejamento das estradas internas, arborização e implantação do plano paisagístico. Também foram finalizadas obras estruturais importantes, como a inauguração oficial do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) e do centro de convivência do Restaurante Universitário.
Estabeleceu parcerias com a CAPES para ampliar os programas de pós-graduação e estimular a especialização dos professores. Em 1981, participou da criação da Editora da UFSM, ampliando a capacidade de produção e difusão científica da universidade.
Preocupado com a participação estudantil, foi o responsável pela implantação das eleições diretas para representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e dos Diretórios Acadêmicos (DAs), em 1979, marcando um avanço importante no engajamento democrático da comunidade universitária.
Sua gestão também foi marcada por inaugurações significativas em 1981, como o Hospital Veterinário, o Setor Ambulatorial do HUSM e o Jardim Botânico da UFSM, consolidando estruturas fundamentais para a formação em saúde, ciências agrárias e ambientais. Com um olhar voltado ao desenvolvimento estrutural e acadêmico da UFSM, Derblay Galvão deixou um legado de crescimento, inovação e compromisso com a excelência universitária.
Clique aqui para acessar o episódio “Homens do Gabinete #3 Derblay Galvão”
Armando Vallandro
Reitor da UFSM entre 1981 e 1985 – In memorian
Graduado em Medicina Veterinária pela UFRGS, Armando Vallandro ingressou na UFSM em 1963, convidado pelo reitor José Mariano da Rocha Filho para atuar como Assistente de Ensino no Departamento de Microbiologia e Parasitologia. Foi figura central na consolidação da universidade, sendo um dos responsáveis por viabilizar a criação dos cursos de Medicina Veterinária e Agronomia no campus sede.
Assumiu a Reitoria em 1981, sendo o último reitor escolhido por indicação presidencial, antes da adoção do sistema de eleições diretas. Em 1982, criou o Plano de Assistência Social (PAS), que passou a oferecer atendimento médico e odontológico gratuito aos estudantes da universidade, ampliando a política de permanência estudantil.
Um dos marcos de sua reitoria foi a transferência definitiva do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) para o campus sede, que até então funcionava no centro da cidade. A mudança resultou em um expressivo aumento no número de leitos, que passaram de 80 para 250, possibilitando maior atendimento à comunidade e fortalecimento do ensino e da pesquisa na área da saúde.
Além disso, Vallandro foi responsável por reformas estruturais que impactaram diretamente a qualidade de vida no campus: modernizou a cozinha do Restaurante Universitário de Camobi, ampliou e reformou as instalações sanitárias dos prédios residenciais e promoveu melhorias na Biblioteca Central.
No campo da comunicação, liderou a inauguração da Rádio Universidade 800 AM, em 1981, ampliando a presença da UFSM na comunidade regional. Sua gestão também contemplou avanços na área tecnológica e de infraestrutura estudantil, com a inauguração da União Universitária (1982), a instalação de microcomputadores no Centro de Tecnologia (1983) e a abertura da Farmácia Escola no Centro de Ciências da Saúde (1985).
Com uma gestão voltada à modernização e ao cuidado com a comunidade acadêmica, Armando Vallandro contribuiu para o fortalecimento da universidade como instituição pública, inclusiva e socialmente comprometida.
Clique aqui para acessar o episódio “Homens do Gabinete #4 Armando Vallandro”
Gilberto Aquino Benetti
Reitor da UFSM entre 1985 e 1989 – In memorian
Engenheiro civil formado pela primeira turma da antiga Faculdade Politécnica da UFSM, em 1966, Gilberto Aquino Benetti teve uma carreira marcada por forte vínculo com a universidade. Em 1978, assumiu a função de decano do Centro de Tecnologia (CT) e foi um dos responsáveis pela implantação do Centro de Processamento de Dados (CPD) da instituição, sinalizando desde cedo sua atuação voltada à inovação e à modernização dos processos universitários.
Participou da primeira tentativa de eleições diretas para reitor da UFSM, em 1981, e em 1985 tornou-se o primeiro reitor eleito diretamente pela comunidade universitária, sendo reconhecido como o “reitor da democratização”. Sua gestão foi marcada pela valorização da representatividade das unidades de ensino e centros acadêmicos, fortalecendo a autonomia dos departamentos e atribuindo à Reitoria um papel mais estratégico, voltado a decisões institucionais amplas.
Benetti foi responsável por informatizar os processos de vestibular e matrícula, promovendo agilidade, precisão e inovação nos sistemas administrativos da universidade. Também desenvolveu o primeiro anuário de produção acadêmica da UFSM, ampliando a visibilidade da pesquisa realizada pela comunidade universitária.
Sua gestão deu continuidade ao projeto original do reitor-fundador, investindo na expansão da Casa do Estudante Universitário (CEU), com a construção de novos blocos e melhorias na infraestrutura elétrica e sanitária. Implantou ainda o Vale Transporte para servidores técnico-administrativos e docentes, e criou um sistema integrado de vigilância e segurança para o campus.
Outras ações de destaque incluem a entrega de computadores ao Centro de Tecnologia, em 1986, fortalecendo o ensino nas áreas tecnológicas, e a doação de filmadoras ao curso de Comunicação Social, contribuindo para a formação prática dos estudantes.
Com uma gestão democrática e voltada à modernização institucional, Benetti consolidou avanços em áreas estratégicas da UFSM, equilibrando inovação tecnológica, inclusão estudantil e valorização das estruturas acadêmicas.
Clique aqui para acessar o episódio “Homens do Gabinete #5 Gilberto Aquino Benetti”
Tabajara Gaúcho da Costa
Reitor entre 1989 e 1993
Formado em Odontologia, Tabajara Gaúcho da Costa foi Professor de Microbiologia e “Research Fellow” da Universidade de Harvard, assumindo a Reitoria da UFSM em 1989. Sua gestão foi marcada pelo compromisso com a humanização, que visava retomar o caminho da integração com a comunidade, bem como, a otimização das relações interpessoais.
Um dos principais marcos de sua atuação foi a informatização da UFSM, por meio de um Plano Diretor de Informática para implantação de uma rede que interligasse todos os departamentos por meio de fibra óptica, com apoio técnico do Laboratório de Ciências da Computação do CNPq. Essa rede permitiu o processamento entre mais de 300 microcomputadores e terminais, conectando entre si, as diversas Unidades de Ensino e a Administração. Tal iniciativa posicionou a UFSM entre as universidades pioneiras na digitalização de processos acadêmicos e administrativos.
Também foi um dos fundadores da AUGM (Associação de Universidades Grupo Montevidéu), criando conexões acadêmicas com instituições da América Latina e promovendo a integração com universidades da Argentina por meio de rede física de dados, fortalecendo o intercâmbio científico e institucional.
Sua gestão também trouxe avanços na área da saúde, como a obtenção de financiamento para a fundação do Centro de Transplante de Medula Óssea (CTMO) do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), ampliando a capacidade de atendimento especializado da instituição.
No campo do ensino, foram criados importantes cursos de graduação, como Arquitetura e Urbanismo, Ciência da Computação, Direito (noturno), além de oito cursos de Mestrado e seis cursos de Doutorado e a implantação oficial do Jardim Botânico. Além disso, sua gestão apoiou os movimentos de base da comunidade universitária, com a concessão de espaços físicos para sindicatos de servidores e funcionários, fortalecendo a democracia interna. Também foram implementados processos de avaliações dos cursos, reformulação e organização curricular dos cursos de graduação e a criação de “Atividades Complementares”.
Entre outras ações, destaca-se a doação de computadores ao Centro de Artes e Letras (CAL), em 1990, e a inauguração de um mural artístico no Teatro Caixa Preta, em 1992, valorizando a arte e a cultura universitária.
Com uma visão estratégica voltada à modernização, à inclusão e à integração regional, Tabajara Gaúcho da Costa deixou uma gestão marcada por inovação tecnológica e fortalecimento institucional.
Clique aqui para acessar o episódio “Homens do Gabinete #6 Tabajara Gaúcho da Costa”
Odilon Antônio Marcuzzo do Canto
Reitor da UFSM entre 1993 e 1997
Formado em Engenharia Civil pela UFSM e com doutorado em Engenharia Nuclear pela Universidade da Califórnia-Berkeley, Odilon Antonio Marcuzzo do Canto conduziu a UFSM durante um período de instabilidade econômica nacional, que impactou diretamente os repasses financeiros às instituições federais de ensino. Diante desse cenário, teve como eixos estruturantes a qualidade científica; a competência administrativa; e a responsabilidade social, compromissos alcançados dado os esforços de uma equipe coesa, sincrônica e comprometida com uma mesma visão de universidade.
Uma gestão marcada pela busca ativa de estratégias para garantir a continuidade e a qualidade das atividades acadêmicas, com especial atenção à produção científica e à expansão do acesso à universidade. Entre elas, a consolidação da prática do planejamento como instrumento da gestão universitária; o estabelecimento de um plano de gestão de recursos humanos (hoje, Gestão de Pessoas); a instituição de práticas permanentes de avaliação institucional; o investimento na manutenção e melhorias a infraestrutura do campus universitário; além da promoção de inovações na dinâmica de funcionamento da instituição, assegurando a manutenção da qualidade e o compromisso de sua função social.
Tais estratégias trouxeram resultados como: a evolução do número de bolsas de Pós-Graduação – Capes, CNPq, Fapergs, de 180 bolsas (em 1993) para 440 (em 1997); acréscimo substancial no número do curso de mestrado e doutorado com conceitos A e B; incremento significativo das bolsas de iniciação científica (PIBIC, FIPE e PET); os projetos de pesquisa somaram 1369 (em 1997); a ampliação da oferta de vagas nas Casas de Estudantes, de 697 vagas (em 1994) para 1124 vagas (em 1997), sendo entregues quatro novos blocos até o final da gestão; e a reestruturação e qualificação dos espaços físicos dos restaurantes universitários.
Investiu-se no fortalecimento dos cursos de licenciatura, com a instituição do PROLICEN – aumentando de 19 programas (em 1995) para 34 programas (em 1997). O programa integrava os cursos de licenciatura da UFSM às escolas públicas de primeiro e segundo grau. Outro destaque foi a criação do Programa Experimental de Ingresso ao Ensino Superior (PEIES), sistema baseado na realização de provas ao longo do ensino médio e com o envolvimento intenso das escolas de ensino médio da região. O Sistema foi retomado pelo Processo Seletivo Seriado (PSS), aprovado pelo Conselho Universitário da UFSM, em abril de 2023. Houve também o desenvolvimento dos cursos noturnos; o início da construção do prédio do Centro de Educação a partir de uma negociação com o MEC e o uso de recursos próprios e a iluminação externa, ajustes nos horários do transporte urbano e maior suporte à permanência dos estudantes.
Foram instaladas 8km de fibras óticas subterrâneas que permitiram, à época, acelerar a conexão das redes agilizando a comunicação digital na instituição. A emissora da UFSM foi revitalizada, com a aquisição de nova antena, transferência do parque de transmissões para o campus da universidade e a aquisição de novo transmissor de 10kw em licitação internacional, permitindo a implantação do Projeto Rádio Escola, iniciativa que uniu a Rádio Universidade e o curso de Comunicação na produção e apresentação de programas radiofônicos pelos acadêmicos de jornalismo. No mesmo período também foi inaugurada a TV CAMPUS, que proporciona a prática telejornalística aos estudantes de Comunicação. A editora da UFSM foi revitalizada, ampliando sua capacidade de edição de livros in loco, chegando a 20 obras no ano de 1997.
Importante destaque da gestão foi, também, a capacitação do Centro de Tratamento de Medula Óssea do Hospital Universitário, através da negociação com o Governo Federal para a utilização de 320 vagas do extinto INAMPS, possibilitando assim o pleno funcionamento do CTMO. Outra meta foi a de trazer a comunidade para dentro do Campus Universitário, o que se deu com melhorias no paisagismo e incrementando espaços de convivência como a pista de caminhadas no bosque de pinheiros. Por fim, cabe dizer que foi uma gestão voltada à superação de desafios orçamentários, à valorização da ciência e à inclusão social, à defesa ferrenha da universidade pública, gratuita e de qualidade, marcada pela busca de soluções criativas para manter o crescimento e o compromisso público da UFSM.
Esta participação ativa da UFSM nos interesses da comunidade acadêmica em nível nacional foi reconhecida pela eleição de seu Reitor para a presidência da Associação Nacional dos Dirigentes das IFES (ANDIFES, 1996/97), período marcado pelas lutas contra a cartilha neoliberal do Banco Mundial, sobre políticas educacionais.
Clique aqui para acessar o episódio “Homens do Gabinete #7 Odilon Antônio Marcuzzo do Canto”
Paulo Jorge Sarkis
Reitor da UFSM entre 1997 e 2005
Engenheiro Civil formado pela UFSM, Paulo Jorge Sarkis teve uma longa trajetória na Universidade antes de assumir a Reitoria em 1997. Como estudante, destacou-se pela liderança estudantil, sendo eleito presidente do Diretório Central de Estudantes (DCE) em 1965 e ingressou como professor de Física no Colégio Técnico Industrial (CTISM) em março de 1967.
Como liderança docente, foi Presidente da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria (APUSM) e também Chefia de Departamento de Engenharia Civil, posteriormente sendo eleito para a Direção do Centro de Tecnologia. Em 1997 assumiu a Reitoria da UFSM e em 2001 foi o primeiro reitor reeleito, concluindo seus mandatos em 2005.
Na sua gestão implantou um planejamento estratégico com foco em quatro objetivos: combate à evasão; qualificação do ensino e da pesquisa; gestão participativa dos diversos setores da instituição e interação com a comunidade. Criou o Programa de Equidade de Acesso e Permanência na Educação Superior (PEAPES) e o Restaurante Universitário foi modernizado. A moradia estudantil foi ampliada tanto em número quanto em percentual de estudantes atendidos, com a conclusão de um novo bloco de apartamentos por ano, mantendo as vagas de ingresso sempre menores do que a ampliação da moradia. O PEIES ( Programa Especial de Ingresso ao Ensino Superior) passou a ter como foco a melhoria do ensino médio, com edição de cadernos didáticos e treinamento dos professores das escolas participantes. Em conjunto com a Feira das Profissões, os calouros chegavam mais orientados e preparados, e no seu auge, o PEIES atingiu em torno de mil escolas de ensino médio, públicas e privadas. A Universidade atingiu mais de 60% dos seus calouros provenientes de escolas públicas, sem o uso de cotas, e reduziu a evasão de 39% para 17%, enquanto a média das Universidades Federais era de 30%.
A qualificação do ensino e da pesquisa foi atingida pela ampliação e criação de novos laboratórios, prédios, bibliotecas, convênios nacionais (mais de 600 convênios), e internacionais (em torno de 80 convênios). O Diretório de Pesquisa da Universidade, editado pela primeira vez em 2004, registrou 234 grupos ativos. Os convênios nacionais permitiram a implantação do Laboratório Espacial do Sul em São Martinho e o Prédio Regional do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no campus. Todos os Centros e Escolas Técnicas tiveram ampliação e prédios novos, destaque para o primeiro prédio do Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH) no campus, também foi criado o Centro de Ensino Superior do Norte RS (CESNORS) com sede em Frederico Westphalen. O avanço do PEIES foi fundamental para a qualificação do ensino na Universidade, melhorando a qualidade da formação do ensino médio e, por consequência, dos calouros. No Exame Nacional de Cursos de 2001, a Universidade teve 65% dos cursos com notas A e B. Em 2005, o Exame Nacional de Estudantes (ENADE) atingiu 100% dos cursos com notas 5 e 4. No mesmo ano, a UFSM ficou em primeiro lugar no Estado e em segundo lugar no país.
A gestão participativa foi implantada em vários locais da Universidade, com destaque para o Hospital Universitário, que recebeu o prêmio “Mérito Administrativo – Setor Público” do Conselho de Administração do Rio Grande do Sul e o “Destaque Nacional de Qualidade Hospitalar”. Para aproximar a Universidade da comunidade, destacamos a Reunião da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa na Reitoria em 2000, palestra na reunião da Fecomércio em 2005 no programa “Tá na Mesa”, várias reuniões com a Bancada Gaúcha e Comissões na Câmara dos Deputado e Senado Federal e palestra para grupo de diretores da Petrobrás no Centro de Pesquisa na Ilha do Fundão.
O Diretório de Pesquisa permitiu uma grande divulgação das oportunidades de pesquisa e extensão à disposição da comunidade. Como resultado, a Universidade atingiu a marca de mais de três mil projetos de pesquisa e extensão em desenvolvimento ao final dos mandatos. Com um planejamento estratégico e resultados bem sucedidos, Paulo Jorge Sarkis deixou um legado de inovação, inserção social e fortalecimento da universidade.
Clique aqui para acessar o episódio “Homens do Gabinete #8 Paulo Jorge Sarkis”
Clóvis Silva Lima
Reitor da UFSM entre 2005 e 2009
Clovis Silva Lima foi integrante da primeira turma do curso de Farmácia da então Universidade de Santa Maria (USM) e construiu uma trajetória sólida na instituição, tendo atuado como vice-reitor na gestão de Paulo Jorge Sarkis. Em 2005, assumiu a Reitoria da UFSM.
Durante sua gestão, a universidade viveu um período de grande crescimento, com a duplicação do número de estudantes, a triplicação do número de cursos e a ampliação dos campi da UFSM. Um dos principais marcos desse período foi a adesão ao REUNI (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), iniciativa do Governo Federal que buscava expandir o acesso à educação superior pública em todo o país. O projeto do REUNI foi apresentado oficialmente em 2007, estabelecendo o alicerce para importantes obras de infraestrutura, como o Centro de Eventos, o novo prédio do Centro de Educação (CE) e o novo Restaurante Universitário (RU).
Outro ponto de destaque foi a criação do Programa de Ações Afirmativas da UFSM, que instituiu o sistema de cotas raciais, indígenas, para pessoas com deficiência, com necessidades especiais e em situação de vulnerabilidade econômica. A iniciativa representou um marco na política de inclusão da universidade, ampliando o acesso e fortalecendo o compromisso social da instituição.
Com uma gestão voltada à expansão física, acadêmica e social da universidade, Clovis Silva Lima consolidou avanços estruturais e institucionais que permitiram à UFSM crescer de forma integrada, inclusiva e com foco no desenvolvimento regional.
Clique aqui para acessar o episódio “Homens do Gabinete #9 Clóvis Silva Lima”
Felipe Martins Muller
Reitor da UFSM entre 2009 e 2013
Formado em Engenharia Elétrica pela UFSM, Felipe Martins Muller atuou como diretor do Centro de Tecnologia (2003–2005) e como vice-reitor na gestão de Clóvis Silva Lima. Durante este período, foi um dos responsáveis pela expansão e consolidação do REUNI, acompanhando a criação dos cinco campi da UNIPAMPA. Como reconhecimento pelo protagonismo da UFSM nesse processo, o MEC destinou recursos para a construção do Centro de Convenções da Universidade.
Assumindo a Reitoria em 2009, Felipe Muller conduziu uma gestão marcada pela expansão acadêmica, física e regional da UFSM. Durante seu mandato, houve criação de cursos como Processos Químicos, Geografia – Bacharelado, Dança (Bacharelado e Licenciatura), Engenharia de Telecomunicações e Engenharia Aeroespacial. Também houve forte investimento na Pós-Graduação, com a criação de mais de 30 cursos entre 2010 e 2013.
Segundo o Relatório de Gestão 2010–2013, o número de estudantes matriculados nos cursos de graduação aumentou 22%, passando de 14,7 mil (2010) para 18 mil (2013). O Vestibular de 2014 ofertou 4,5 mil vagas, o dobro do número registrado em 2009. Também houve ampliação dos campi de Frederico Westphalen e Palmeira das Missões, além da criação dos campi de Cachoeira do Sul e Silveira Martins.
Sua gestão garantiu a ampliação da Casa do Estudante (CEU) no campus sede e a construção de novas CEUs e Restaurantes Universitários nos campi de FW e PM. Outro marco foi a assinatura do contrato com a EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).
Sua administração também foi marcada por iniciativas culturais e de divulgação científica, como a 1ª edição dos Jogos dos Povos Indígenas do Rio Grande do Sul (2012), a inauguração do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (CAPPA), em 2013, e o lançamento da Revista Arco (2013), consolidando novas formas de aproximar a universidade da comunidade.
Clique aqui para acessar o episódio “Homens do Gabinete #10 Felipe Martins Muller”
Paulo Afonso Burmann
Reitor da UFSM entre 2013 e 2021
Formado em Odontologia pela UFSM, Paulo Afonso Burmann conduziu a Universidade entre 2013 e 2021. Sua gestão foi marcada por ações voltadas à inclusão, inovação, reestruturação institucional e ampliação da assistência estudantil. Durante esse período, a UFSM consolidou-se como uma das principais universidades do país, figurando entre as 20 melhores universidades brasileiras no pilar de internacionalização segundo o ranking QS América Latina 2022 e atingindo nota 4 no Índice Geral de Cursos (IGC). A Pós-Graduação exerceu uma influência importante na evolução dos indicadores gerais da instituição, tendo alcançado patamar de referência internacional, conforme a Avaliação Quadrienal da CAPES (2017–2020), com 48% dos Programas de Pós-Graduação aumentando suas notas.
Mesmo diante de grandes desafios enfrentados, como a pandemia de COVID-19, cortes orçamentários e mudanças nos indicadores de avaliação, a UFSM obteve conquistas relevantes para o financiamento e fortalecimento da pesquisa. Entre elas, destacam-se a adesão ao programa CAPES-PrInt, a implantação de doutorados em áreas estratégicas e a participação nos Programas de Mestrado e Doutorado Acadêmico para Inovação do CNPq. Em sua gestão a Universidade concluiu a adoção do SISU como forma de ingresso, aproximando a universidade da educação básica, incluindo novas disciplinas e garantindo um ingresso mais democrático. Também foi criado, em 2016, o Vestibular para Indígenas, acompanhado da implantação de uma das primeiras unidades da Casa do Estudante Indígena da América Latina. Além disso, foram desenvolvidos programas específicos para imigrantes e refugiados em situação de vulnerabilidade, que possibilitaram o acolhimento de cerca de 45 estudantes de 14 países, fortalecendo o caráter plural e inclusivo da instituição.
Cerca de 13 milhões de reais foram aplicados em moradia estudantil, novos prédios e melhorias foram implementados. Ao longo dos mandatos, foram investidos aproximadamente R$ 100 milhões em assistência e permanência, tornando a UFSM a universidade com o maior número de vagas de moradia estudantil do Brasil, com 2.900 vagas nas Casas do Estudante. Nesse período foi criada uma nova estrutura de atendimento em saúde, o Serviço de Emergência Universitária (SEU). Durante a pandemia de Covid-19 (2020 e 2021), foram criados auxílios emergenciais de alimentação, transporte e inclusão digital, além de atendimento psicológico remoto e acompanhamento de mais de 900 estudantes com suporte psicossocial. Nesse período, a UFSM estruturou o ensino remoto com apoio tecnológico, capacitação de docentes e produção de conteúdos digitais para garantir a continuidade das atividades acadêmicas, com extensão para as escolas da educação básica. Além disso, foi criado o programa UFSM Detecta, que realizou mais de 43 mil testes RT-PCR para diagnóstico do coronavírus e identificou variantes do vírus na região. A instituição também produziu álcool em gel, máscaras e materiais de proteção distribuídos à comunidade e ao Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), além de consertar equipamentos de hospitais da região. Campanhas educativas e científicas foram desenvolvidas para combater a desinformação e orientar a população, reforçando o compromisso da UFSM com a saúde pública e a ciência.
A área da comunicação inaugurou o aplicativo UFSM Digital, criou a Rádio UniFM 107,9, oficializou a política de comunicação da UFSM e construiu a Casa da Comunicação, que abriga toda a estrutura da comunicação institucional. Já o projeto Viva o Campus, lançado em 2014, passou a integrar o cotidiano da comunidade com atividades culturais e de lazer. Foram fortalecidas iniciativas de aproximação com a sociedade, como o Descubra UFSM, que reúne mais de 25 mil visitantes por edição, a Polifeira do Agricultor e a Feira de Produtos Orgânicos Ana Primavesi, que ganharam espaço permanente no calendário cultural e de extensão da instituição.
Burmann também foi responsável por fortalecer a inovação, o empreendedorismo e a transferência de tecnologia com a criação da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (Agittec) em 2015 e a inauguração da Incubadora Pulsar em 2017. Até 2021, a Agittec contabilizava mais de 50 empresas incubadas, tendo movimentado R$ 150.000.000,00 em contratos, projetos e dezenas de patentes depositadas, consolidando a UFSM como referência nacional em inovação e apoio a startups, reforçando sua visão de compromisso institucional com desenvolvimento econômico do Brasil.
Outros marcos importantes de sua gestão incluem a criação do Campus da UFSM em Cachoeira do Sul (2014), a inauguração do Centro de Convenções (2017), e a realização de eventos de grande impacto social e cultural, como o treinamento de atletas para as Olimpíadas Rio 2016, a passagem da Tocha Olímpica pelo campus sede. Também foi implantado, em 2014, o sistema de transporte circular intracampus e o transporte intercampus. A gestão também priorizou a modernização da infraestrutura, concluindo obras iniciadas e mais de 30 mil m² de novas obras, incluindo laboratórios de ponta e renovação de restaurantes universitários, espaços culturais e investimentos de R$ 135 milhões em contratos de manutenção, vigilância, acessibilidade e sinalização dos campi.
Um dos legados de maior destaque da sua segunda gestão foi a criação dos Geoparques da Quarta Colônia e de Caçapava do Sul, ambos sob a chancela da UNESCO, envolvem 37 ações integrando mais de 100 docentes, 170 acadêmicos e dezenas de colaboradores externos, além de impulsionar descobertas paleontológicas inéditas e principalmente novos ares de desenvolvimento regional.
Sua gestão consolidou a UFSM como uma instituição mais aberta à sociedade, conectada com os desafios contemporâneos e comprometida com a permanência, a diversidade e a inovação. Os anos de liderança de Paulo Burmann marcaram um período de crescimento acadêmico, de ampliação da infraestrutura, de fortalecimento da pesquisa e da internacionalização, da inovação e do empreendedorismo, e de aproximação com a comunidade, deixando um legado de transformação institucional e projeção científica.
Clique aqui para acessar o episódio “Homens do Gabinete #11 Paulo Afonso Burmann”
Colaboradoras do projeto:
Julia Cervo, Relações Públicas e Assessora de Comunicação do Gabinete do Reitor
Julia Ravazolo, acadêmica de Relações Públicas e bolsista na Assessoria de Comunicação do Gabinete do Reitor
Cristina Strohschoen dos Santos, arquivista do Departamento de Arquivo Geral (DAG/UFSM)
Revisão e validação de conteúdo pelos ex-reitores da UFSM:
Tabajara Gaúcho da Costa
Odilon Antônio Marcuzzo do Canto
Paulo Jorge Sarkis
Clóvis Silva Lima
Felipe Martins Muller
Paulo Afonso Burmann

























































































